Chegou ao fim, nesta quarta-feira (6), a exposição “Nabuco em Casa”. Resultado de uma parceria entre a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), a mostra foi lançada no último dia 22 de agosto, em comemoração ao aniversário de 174 anos do patrono da Alepe, e recebeu a visita de centenas de colaboradores e visitantes do Legislativo pernambucano, além de alunos de escolas públicas do Estado.

Composta por 16 painéis que fazem parte do acervo fotográfico da Coordenação-Geral de Estudos da História Brasileira da Fundaj, a exposição trouxe detalhes de parte da infância de Joaquim Nabuco, informações sobre sua formação acadêmica – Nabuco graduou-se em Direito pela Faculdade de Direito do Recife, em 1870 -, e algumas das inúmeras realizações do abolicionista, como a criação da Sociedade Brasileira contra a Escravidão, concretizada em 1880, com o apoio do jornalista José do Patrocínio e do engenheiro André de Rebouças.

A mostra também exibiu uma seleção de frases que ilustram o pioneirismo do político pernambucano, além de livros publicados em todo o país a respeito do patrono da Alepe. “Nabuco foi uma pessoa que deu uma contribuição importantíssima não só para a política, mas para toda a história de Pernambuco e do Brasil. Um abolicionista que lutou para transformar esse país num lugar de iguais e sem escravidão”, ressaltou o superintendente-gera da Alepe, Isaltino Nascimento.

Para o presidente da Casa, deputado Álvaro Porto (PSDB), “os ideais libertários e humanistas que marcaram a vida pública de Joaquim Nabuco foram e continuam sendo inspiração para quem exerce mandatos eletivos no Estado e em todo o Brasil”.

Visitações – Cerca de 700 pessoas visitaram a exposição “Nabuco em Casa”, que teve acesso gratuito e foi instalada no hall superior do Edifício Governador Miguel Arraes de Alencar. Entre elas, estudantes das escolas públicas estaduais Joaquim Nabuco, Sizenando Silveira, Marechal Floriano Peixoto, Irmã Magna, Colégio Ginásio Pernambucano, e a Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Luiz Delgado.

“No ano passado, visitamos o Engenho Massangana (onde Nabuco passou a infância). Lá, aprendemos mais sobre a história de Joaquim Nabuco. Então, visitar essa exposição acaba nos trazendo mais informações não só sobre ele, mas sobre todo o movimento abolicionista no Brasil”, disse Miguel Spindola, aluno da EREM Luiz Delgado.

O lançamento da mostra contou com a participação de parlamentares, acadêmicos e demais autoridades do Estado, além do bisneto de Joaquim Nabuco, Pedro Alberto Nabuco, que representou a família do abolicionista na solenidade.

Homenageado – Um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras (ABL), Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo nasceu no Recife, em 19 de agosto de 1849. Foi na capital pernambucana que concluiu os bacharelados em Letras e em Direito, em 1870, pouco antes de seguir para Londres, na Inglaterra, onde foi adido de primeira classe na embaixada brasileira.jo

Em seguida, exerceu o cargo em Washington, nos Estados Unidos. Atraído pela política, elegeu-se deputado por Pernambuco. No Congresso Nacional, iniciou uma grande campanha em favor do abolicionismo, já que acreditava que a escravidão tinha grande influência nas mazelas enfrentadas pela sociedade brasileira. Nabuco configurou-se um ponto fora da curva por abordar a escravidão com uma contundência social que não era comum no século XIX.

Após um período na Europa, onde se dedicou à elaboração de uma das suas principais obras, “O Abolicionismo”, retornou ao Brasil e foi novamente eleito deputado federal, tendo se retirado da vida pública em seguida, e se aproximado de nomes como Machado de Assis e Gilberto Freyre.