Jornada Alepe Antirracista tem continuidade com palestras e apresentações artísticas

TEMÁTICA – Conferencistas abordaram temática do racismo estrutural nos ambientes institucionais. Fotos: Giovanni Costa

Conferências e apresentações musicais marcaram, nesta terça (7), o segundo dia da 1ª Jornada Alepe Antirracista 2023 – ação realizada pelo Legislativo Estadual em comemoração ao Mês da Consciência Negra que trará atividades até o próximo dia 10 com o objetivo de ampliar o debate sobre o racismo e estimular a construção de pautas afirmativas.

Lançada na última segunda (6), a ação teve continuidade na manhã de hoje com as conferências “Do sofrimento psíquico à política antirracista nas instituições”, ministrada pela psicóloga Maria de Jesus Moura; e “Aspectos da Sociogênese do Racismo Estrutural no Brasil: processo das desigualdades e expropriação das identidades”, com o professor Edilson Fernandes de Souza. A programação contou ainda com um debate mediado pelo deputado Doriel Barros (PT) e com as performances artísticas de Orun Santana e do grupo Coco dos Pretos.

DANÇA – Bailarino premiado, Orun Santana apresentou-se na abertura do segundo dia do evento

“Existem políticas públicas que surgiram para fortalecer a presença negra e a justiça em diversos espaços, mas ainda temos muito a caminhar e, nessa questão, as instituições precisam se comprometer e fazer um trabalho interno para além daquilo que se apresenta externamente”, pontuou Maria de Jesus Moura durante o evento. Para ela, “os debates são importantes por aproximarem as pessoas do tema, mas é necessário que as instituições também tentem observar o que não está funcionando na prática e identificar onde o racismo ainda está presente.”

De acordo com o professor Edilson Fernandes é de fundamental importância que o assunto racismo estrutural seja discutido em um espaço de poder que cria leis. “A Alepe dá um salto qualitativo no Brasil ao atrair para si a responsabilidade de trazer esse debate sobre racismo. Espero que os nossos parlamentares realizem outras edições do evento nesta Casa, que é considerada a Casa do Povo Pernambucano”, destacou. Ele acrescentou que o racismo estrutural acontece todos os dias em várias instâncias e, principalmente, nas instâncias de poder. “É muito importante nos educarmos sobre atitudes antirracistas, sobretudo numa casa como esta, que recebe sempre muitas pessoas”.

ANCESTRALIDADE – Grupo Coco dos Pretos valoriza ritmos do candomblé

A 1ª Jornada Alepe Antirracista segue com novas atividades até a próxima sexta (10), com transmissão pelo canal da Alepe no Youtube. Para acessar a programação completa, clique neste link. As inscrições para o evento são gratuitas e poderão ser feitas pelo Sympla ( www.sympla.com.br/evento/1-jornada-alepe-antirracista/2220048).

Comenda

Também nesta terça, a Comissão de Justiça aprovou a criação de uma premiação especial na Alepe para pessoas ou organizações que se destaquem na luta antirracista. O  Projeto de Resolução nº 1388/2023, apresentado pela Mesa Diretora, cria a Medalha Antirracista  Marta Almeida. Sete pessoas físicas ou jurídicas com reconhecida atuação no combate ao racismo em Pernambuco poderão receber o prêmio a cada sessão legislativa.

O nome da homenagem faz referência a Marta Carmelita Bezerra de Almeida, pedagoga e educadora que foi coordenadora do Movimento Negro Unificado (MNU) em Pernambuco. Ela faleceu no dia 13 de setembro, aos 44 anos, após ter um AVC no percurso entre Pernambuco e Brasília, onde ela participaria da reunião do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Marta Almeida era ativista dos direitos humanos e LGBTIA+, e também era integrante do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Coepir).