Clube da Leitura mergulha em obra de Djamila Ribeiro

DEBATE – Colaboradores da Alepe analisaram o livro “Cartas para minha avó”. Foto: Anju Monteiro

A Biblioteca da Alepe promoveu, nesta segunda (2), mais uma edição do Clube de Leitura. A obra lida ao longo do mês de novembro foi “Cartas para minha avó”, da autora, filósofa, pesquisadora e ativista, Djamila Ribeiro. Servidores e demais colaboradores da Casa reuniram-se para discutir as percepções que tiveram a respeito do livro, publicado em 2021 pela editora Companhia das Letras.

Enredo

O livro “Cartas para minha avó” é uma obra pessoal e poética, que combina memórias, reflexões e homenagens. Publicado em 2023, o trabalho explora a vida de Djamila, a ancestralidade e as conexões afetivas que moldaram a trajetória da ativista. Ele reúne uma série de cartas endereçadas à avó Antônia, figura central na vida da autora. 

A personagem central, que foi lavadeira e mãe de 11 filhos, simboliza força, sabedoria e resiliência, representando não apenas a história da família, mas também a luta das mulheres negras no Brasil. Nas cartas, Djamila relembra momentos marcantes da infância e juventude, celebra os valores transmitidos pela avó e reflete sobre as adversidades que enfrentaram. 

O tom das cartas é ao mesmo tempo íntimo e político, entrelaçando histórias pessoais com críticas sociais e históricas. Nelas, a autora discorre sobre temas como racismo, desigualdade de gênero, pobreza, violência e o papel da memória na construção da identidade.

Sirlênia Araújo, gerente da biblioteca da Alepe, discursou sobre a importância de se combater o racismo e como ele está presente na nossa sociedade: “É aquele tipo de coisa que só sabe quem passa. Muitas pessoas falam que o racismo é ‘mimimi’, mas não é ‘mimimi’ se o preconceito machuca, causa dor em alguém”.

Projeto

O Clube de Leitura da Alepe foi fundado em 2018 e, desde então, abre suas portas, no fim de cada mês, para os interessados em literatura. Colaboradores do Legislativo Estadual e o público em geral podem participar da atividade, que acontece na Biblioteca da Alepe, localizada na Rua da União, 397, no hall do Anexo I.

Ao final da conversa, o grupo sorteia uma nova obra para ser lida e discutida no mês seguinte. Para participar das próximas edições do Clube de Leitura, basta entrar em contato com a Biblioteca da Alepe pelo telefone: (81) 3183-2252.

Alepe conclui curso de formação antirracista

FORMAÇÃO – O curso enfatizou a importância de combater as várias formas de discriminação. Foto: Manu Vitória

A Alepe concluiu nesta quinta (22) o curso Formação Alepe Antirracista. A proposta, destinada aos colaboradores da Casa, teve como objetivo estimular a reflexão crítica sobre as questões raciais, contribuindo com a construção de uma cultura organizacional antirracista e inclusiva, e valorizar a diversidade étnica. 

“A ideia do curso surgiu para que a gente comece a ter um olhar de acolhimento das pessoas que vêm buscar o Poder Legislativo. Nós somos a casa do povo e precisamos compreender que as pessoas não podem ser discriminadas por orientação sexual, raça ou religião. Então, essa capacitação veio para que os servidores da Alepe participem, construam e entendam o significado do racismo e suas várias faces”, destacou o superintendente-geral da Alepe Isaltino Nascimento.

LETRAMENTO – Lepê Correia enalteceu a iniciativa da Alepe. Foto: Manu Vitória

Realizada quinzenalmente, com cinco módulos, e dividida em dois grupos, a iniciativa fez parte da série de ações Alepe Antirracista, iniciada em 2023 pelo Legislativo Estadual. A aula de encerramento, ministrada pelo professor e pesquisador Lepê Correia, que também fez parte da coordenação pedagógica da Jornada Alepe Antirracista, tratou do tema “monitoramento e avaliação”.

Para Correia, o evento mostrou aos alunos a importância do tratamento igualitário para todas as pessoas. “Numa casa legislativa, é preciso que se compreenda o básico das regras de convivência, principalmente num país com tantas culturas como o Brasil, e fundado em cima do modo de produção escravista. O que a gente quer é que as pessoas compreendam como são as relações desse país e para que tratem a todos como humanos e uns ajudem os outros a crescer”, elencou. Lepê Correia enalteceu ainda a Alepe por ter sido a o primeiro parlamento do Brasil em fazer um curso de letramento racial e antirracismo.

Jefferson Silva, servidor da Alepe, ressaltou a importância do curso para sua formação profissional. “Foram dias de muito conhecimento e hoje eu levo daqui, principalmente, o respeito em relação a orientação sexual, classe social e cor da pele. Para mim todos são iguais. Através da capacitação, pude aprender a distinguir preconceito, discriminação e intolerância religiosa e me assumir como pessoa negra”, pontuou.