VISTITAÇÃO – A exposição segue em cartaz até o final de setembro na Alepe. Foto: Evane Manço

Recém-inaugurada, a mostra “Heróis Invisíveis”, que está em cartaz na Alepe até o final de setembro, recebeu nesta semana a visita dos alunos da Escola Municipal Padre Donino (Casa Forte) e da EREM Joaquim Távora (Madalena), ambas localizadas no Recife.

Com conteúdo produzido pela equipe de fotógrafos e repórteres da Alepe, a exposição retrata histórias de luta da categoria por reconhecimento, direitos, conscientização e a busca por melhoria na qualidade de vida. A curadoria do conteúdo é do jornalista André Zahar, e as imagens expostas foram registradas por Giovanni Costa, Roberto Soares, Roberta Guimarães e Nando Chiappetta. A seleção das fotografias é de Breno Laprovitera.

“A mostra está muito interessante. Podemos ver aqui o trabalho dos catadores e como é importante a função deles para sociedade. É uma missão heroica”, disse a estudante Bárbara Sophia, que está no 5º ano da Escola Municipal Padre Donino.

MINIDOCUMENTÁRIO – Os estudantes puderam assistir a um vídeo com depoimentos dos catadores que foram fotografados na exposição. Foto: Giovanni Costa

Além das fotografias e do recebimento de um catálogo com conteúdo relacionado ao tema, os estudantes puderam assistir a um minidocumentário que apresenta relatos sobre o trabalho e a vida dos catadores de recicláveis, mostrando as dificuldades enfrentadas e a importância da atividade que executam para a sustentabilidade e preservação ambiental.

“Com essa exposição, os alunos podem aprender para além dos muros da escola. Hoje na Alepe, por exemplo, tratamos de vários temas: a importância de consumir de maneira consciente; poluir menos o meio ambiente; pensar como descartamos as coisas que consumimos. Esses assuntos fazem com que os alunos reflitam a maneira que vão atuar na sociedade, enquanto cidadãos-mirins que são”, disse a professora Socorro Aquino, responsável pela Sala de Leitura da Escola Municipal Padre Donino.

ITINERANTE – “Heróis Invisíveis” circulará por várias escolas pernambucanas até o final do ano. Foto: Giovanni Costa

Docente da EREM Joaquim Távora, Hélder Souza destacou que o tema abordado pela exposição reforça a necessidade da educação ambiental nos espaços escolares. “Os alunos poderão ser replicadores do conhecimento que tivemos aqui na Alepe, principalmente, no que se refere ao cuidado com o meio ambiente e ao descarte adequado dos resíduos”, colocou ele, que leciona Sociologia.

Já João Vitor França, estudante do 2º ano da EREM Joaquim Távora, mencionou o esforço dos catadores em suas atividades diárias. “Com tão pouco, eles colaboram de maneira significativa para a sustentabilidade do meio ambiente”, comentou.

Até o final do ano, “Heróis Invisíveis” vai circular de maneira itinerante em instituições de ensino do Estado. A intenção é que o conteúdo da exposição seja trabalhado pedagogicamente em diferentes disciplinas, numa perspectiva transversal.

Saiba mais sobre a exposição no vídeo abaixo:

NABUCO EM CASA – A exposição tem acesso gratuito e segue em cartaz até o próximo dia 1º de setembro. Fotos: Paulo Pedrosa

Instalada na Alepe desde a última segunda-feira (21), mais precisamente no hall superior do Edifício Governador Miguel Arraes, a exposição ‘Nabuco em Casa’ tem recebido uma série de visitas de estudantes da rede pública pernambucana, ao longo desta semana, para conhecer mais de perto a história do mais importante líder do movimento abolicionista no Brasil, o pernambucano Joaquim Nabuco.

Político, diplomata, advogado e historiador, Nabuco é o patrono da Casa Legislativa de Pernambuco. Na mostra, que é fruto de uma parceria entre a Alepe e a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), o público poderá ver imagens que apresentam detalhes de parte da infância do abolicionista, vivenciada com os padrinhos Joaquim Aurélio Pereira de Carvalho e Dona Ana Rosa Falcão de Carvalho, no Engenho Massangana, localizado no município do Cabo de Santo Agostinho.

“No ano passado, visitamos Engenho Massangana. Lá, aprendemos mais sobre a história de Joaquim Nabuco e sua infância. Então, visitar essa exposição acaba nos trazendo mais informações não só sobre ele, mas sobre todo o movimento abolicionista no Brasil”, disse Miguel Spindola, aluno da EREM Luiz Delgado.

A linha do tempo também passa por sua formação, a exemplo do ingresso na Faculdade de Direito de São Paulo, em 1866, transferindo-se posteriormente para a Faculdade de Direito do Recife, instituição onde colou grau em 1870. Entre os principais fatos de sua vida, a ‘Nabuco em Casa’ destaca a criação da Sociedade Brasileira contra a Escravidão, em 1880, junto com o jornalista José do Patrocínio e do engenheiro André de Rebouças.

“Já tinha ouvido falar sobre Nabuco na escola. A exposição nos ajuda a visualizar melhor a história e não deixa de ser uma maneira facilitadora de aprender”, colocou Camyla Sheyla, que estuda também na EREM Luiz Delgado.

Além disso, o público poderá conferir na mostra, que segue em cartaz até o dia 1º de setembro de 2023 (sexta-feira), uma seleção de frases que ilustram o pioneirismo do abolicionista e político pernambucano, e réplicas de objetos pessoais. O acesso é gratuito.

POR DENTRO DA ALEPE – Além da mostra, os alunos das escolas públicas visitam as instalações da Casa Legislativa

Visitações
A Alepe tem organizado visitas guiadas à exposição ‘Nabuco em Casa’ e às instalações do Legislativo para alunos de algumas escolas públicas estaduais como a Joaquim Nabuco, Sizenando Silveira, a Escola Referência em Ensino Médio Luiz Delgado, todas do Recife, e a Escola Marechal Floriano Peixoto, de Olinda.

Homenageado
Um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras (ABL), Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo nasceu no Recife, em 19 de agosto de 1849. Foi na capital pernambucana que concluiu os bacharelados em Letras e em Direito, em 1870, pouco antes de seguir para Londres, na Inglaterra, onde foi adido de primeira classe na embaixada brasileira. Em seguida, exerceu o cargo em Washington, nos Estados Unidos.

Atraído pela política, elegeu-se deputado por Pernambuco. No Congresso Nacional, iniciou uma grande campanha em favor do abolicionismo, já que acreditava que a escravidão tinha grande influência nas mazelas enfrentadas pela sociedade brasileira. Nabuco configurou-se um ponto fora da curva por abordar a escravidão com uma contundência social que não era comum no século XIX.

Após um período na Europa, onde se dedicou à elaboração de uma das suas principais obras, “O Abolicionismo”, retornou ao Brasil e foi novamente eleito deputado federal, tendo se retirado da vida pública em seguida, e se aproximado de nomes como Machado de Assis e Gilberto Freyre.