Alepe debate Antirracismo na Educação e Mulherismo Africana
Mais conferências e performances artísticas marcaram o terceiro dia da 1ª Jornada Alepe Antirracista 2023, que aconteceu nesta quarta-feira (8). A ação, realizada pelo Poder Legislativo Estadual em comemoração ao Mês da Consciência Negra, trará uma série de atividades gratuitas até o próximo dia 10 (sexta-feira), e tem como objetivo ampliar o debate sobre o racismo e estimular a construção de pautas afirmativas.
Na parte da manhã, o evento contou com as conferências “Mulherismo Africana como um dos Caminhos para Centramento e Restauração do povo Africano (Continente e Diáspora), ministrada pela doutoranda em Desenvolvimento Rural pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Lilian Katchaki; e “Antirracismo na Educação: uma experiência Quilombola”, ministrada pelo professor e vice-presidente da Academia Alagoana de Educação, Zezito Araújo.
A programação contou ainda com um debate mediado pela deputada Rosa Amorim (PT) e performances da atriz Odailta Alves e da cantora Isaar, com o projeto “Coisa de Preta”, que conta com a participação das musicistas Aishá Lourenço e Gabi Carvalho.
Para Rosa Amorim, os temas deste terceiro dia são estruturais para discussão do antirracismo. “Se queremos debater sobre o que é uma cultura antirracista, precisamos passar pela educação. Precisamos primeiro ressignificar muita coisa da nossa história e isso passa da forma como a nossa história chega até as crianças”, disse a parlamentar.
O professor Zezito Araújo comentou que a pauta antirracista não é questão da educação pela educação, mas, sim, sobre a organização da sociedade brasileira. “Acima de tudo, queremos que, através da educação, os cidadãos possam conhecer a história da África, da população negra no Brasil que gerou riquezas e conhecimentos para muitos grupos de poder hoje em dia”.
Segunda conferencista, Lilian Katchaki disse que ainda se fala pouco sobre mulherismo africana e explicou esse conceito: “Ele se baseia na ação da mulher africana, ela é o esteio da afrocentricidade que é centrada para mulheres africanas nas suas experiências de luta, de ativismo e recentramento na sua história. Se localizar enquanto uma mulher africana recuperando tanto a parte espiritual quanto a parte cultural e histórica do seu povo, antes de ser sequestrado”, comentou a doutoranda.
Odailta Alves, atriz responsável pela abertura do terceiro dia da jornada, achou muito significativo a Alepe ter aberto as portas para a discussão do racismo. “É fortalecedor para nós, pessoas pretas que vivemos na sociedade o tempo inteiro resistindo ao racismo e precisamos ter o respaldo de espaços de poder”.
A cantora Isaar celebrou o convite para apresentar-se na Alepe e o gesto de aproximação da Casa, que, segundo ela, está cada vez mais próxima da sociedade. “É a possibilidade de um diálogo maior com a classe artística, com as classes trabalhadoras, que falam sobre o racismo”.
A 1ª Jornada Alepe Antirracista segue com novas atividades até a próxima sexta (10), com transmissão pelo canal da Alepe no Youtube. Para acessar a programação completa, clique neste link.
As inscrições para o evento são gratuitas e poderão ser feitas pelo Sympla:
( www.sympla.com.br/evento/1-jornada-alepe-antirracista/2220048).