Alepe inicia a Semana do Meio Ambiente

EDUCAÇÃO AMBIENTAL – Vizinho à Alepe, o Ginásio Pernambucano sediou o primeiro dia de atividades da Semana do Meio Ambiente. Fotos: Roberta Guimarães

A Assembleia Legislativa deu início à programação da Semana do Meio Ambiente 2024, nesta segunda (3). Sob o tema ‘Restauração da Terra: Combatendo a Desertificação e Fortalecendo a Resiliência à Seca’, o evento segue até a próxima sexta (7), com uma série de palestras, audiências públicas e visitas técnicas, além da inauguração da exposição Galeria Reciclada, feita em parceria com a Cepe. As ações são coordenadas pela Comissão de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Proteção Animal da Alepe.

A abertura do evento foi marcada pela palestra ‘Escolas pela Justiça Climática’, ministrada pela professora Thaynah Leal (ETE Maximiano Campos) no auditório do Ginásio Pernambucano (GP), instituição de ensino vizinha à Alepe.

No encontro, alunos e professores puderam discutir iniciativas que as escolas podem adotar para enfrentar os desafios das mudanças climáticas e de que maneira a comunidade escolar pode protagonizar a luta pela promoção da justiça climática.

“A escola é um lugar estratégico para debater com a juventude sobre o mundo em que vivem e viverão. É um espaço para gerar reflexões e soluções. Com isso em mente, trouxemos para palestra algumas estratégias para mitigar os efeitos dos eventos climáticos extremos”, disse a professora Thaynah Leal.

ENCONTRO – Alunos e professores debateram os efeitos da crise climática nas grandes cidades

Com a participação de vários alunos do ensino médio, o debate marcou também o lançamento do projeto de Conscientização Socioambiental do GP, que prevê a criação de uma horta comunitária, campanhas de reciclagem, palestras sobre o uso eficiente de recursos naturais e um concurso de ideias para ampliar as ações ecológicas da escola.

Aluno do 3º ano do Ginásio Pernambucano, Carlos Paz assistiu à palestra e falou sobre a necessidade das pessoas se informarem mais a respeito dos desastres climáticos. “Se cada um fizer o seu papel, já ajuda. Limitar o gasto de água no seu dia a dia, lembrar de apagar as luzes e buscar se empenhar em causas que protejam o meio ambiente”, destacou.

Programação

Ancoradas no selo Alepe Sustentável, Solidária e Inclusiva, as atividades da Semana do Meio Ambiente seguem até sexta (7). Veja aqui as ações programadas.

Roda de ciranda, exposição e palestras marcam a abertura da 1ª Jornada Alepe Antirracista

EVENTO – A 1ª Jornada Alepe Antirracista ocupará o Auditório Sérgio Guerra até a próxima sexta-feira (10). Fotos: Paulo Pedrosa

Para marcar as comemorações em torno do Mês da Consciência Negra, a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) deu início, nesta segunda-feira (6), às atividades da 1ª Jornada Alepe Antirracista. O evento, que é gratuito e segue até a próxima sexta-feira (10), tem como objetivo promover uma discussão aprofundada sobre o racismo, visando a construção de pautas afirmativas dentro e fora do espaço institucional.

Além de uma série de palestras, conferências e performances artísticas (veja a programação completa aqui), a Casa Legislativa também inaugurou a exposição “Cirandar é Resistir”, em homenagem a Lia de Itamaracá. Patrimônio Vivo do Estado desde 2005, a cirandeira comandou uma grande de roda de ciranda em frente ao edifício Governador Miguel Arraes, localizado na Rua da União.

SHOW – Lia de Itamaracá encerrou a abertura do evento com uma grande roda de ciranda em frente à sede da Alepe

“É muito bom receber essa homenagem em vida, pois nem sempre é fácil levar essa bandeira da cultura popular adiante. Ralei bastante até chegar aqui, mas foi uma luta que valeu a pena. Recebo com muita gratidão todo o carinho e a generosidade de vocês”, disse Lia de Itamaracá.

CONFERENCISTA – O professor Lepê Correia foi um dos palestrantes do primeiro dia da Jornada Alepe Antirracista

Programação – O primeiro dia foi marcado pelas conferências “Reescrever a estrutura, desconstruindo o que nos faz subservir”, mediada pelo professor Lepê Correia; e “Desconstruindo o Racismo Institucional para a efetiva implementação da Igualdade Racial”, com a procuradora Bernadete Figueiroa. Houve ainda apresentações do Maracatu Baque Virado Nação Tupinambá e do Coral Vozes de Pernambuco, formado por servidores e funcionários da Alepe.

COMBATE AO RACISMO – Vários representantes do movimento negro pernambucano marcaram presença no primeiro dia do evento

“Essa programação foi construída por várias mãos: a Mesa-Diretora, as superintendências da Casa Legislativa e os representantes dos gabinetes dos deputados. A intenção é estabelecer uma agenda antirracista na Alepe. Então, além das ações previstas para o mês de novembro, haverá em 2024 um curso sobre letramento racial que, com 120 vagas gratuitas, envolverá os setores do Poder Legislativo e a sociedade civil”, ressaltou o superintendente-geral da Alepe, Isaltino Nascimento.

Na primeira palestra, Lepê Correia destacou o pioneirismo pernambucano nas lutas libertárias em todo o país e, a partir da trajetória do povo negro, apresentou análises que ajudam a descontruir a superficialidade dos debates travados em torno do racismo. “A ousadia e a coragem de construir a proposta da Jornada Alepe Antirracista mostra que essa Casa Legislativa revalida o elo do pioneirismo de Pernambuco em diversas lutas por liberdade. É muito salutar abrir esse espaço para o combate ao racismo e propor ações afirmativas”, afirmou o professor.

Responsável por coordenar durante anos o Grupo de Trabalho de Racismo no Ministério Público de Pernambuco (MPPE), a procuradora Bernadete Figueiroa discutiu conceitos-chave para o enfrentamento ao racismo e a legislação antirracista. “Devemos questionar os obstáculos históricos que dificultam ou impedem as transformações sociais propostas. O nosso objetivo é fortalecer as políticas afirmativas, a partir de uma perspectiva de igualdade racial. Para isso, é preciso dialogar sobre os mecanismos de participação social e fazer um monitoramento constante das práticas racistas reproduzidas na institucionalização dessas políticas”, colocou Figueiroa.

HOMENAGEM – Todos os participantes que integram a programação da Jornada Alepe Antirracista vão receber uma placa comemorativa

O deputado João Paulo (PT) mediou o primeiro dia da Jornada Alepe Antirracista e falou da importância de debater o tema nos espaços de poder. “A Casa Legislativa ganha muito promovendo essa primeira edição da Jornada Antirracista, pois ajuda a desconstruir nesse espaço uma série de inverdades que são ditas a respeito do racismo não só em Pernambuco, como em todo país”, frisou o parlamentar.

Na mesa de abertura, estavam presentes também as deputadas Dani Portela (PSOL), Gleide Ângelo (PSB), Rosa Amorim (PT); o parlamentar Doriel Barros (PT); a defensora pública Juliana Paranhos; o professor Carlos Tomaz, coordenador da Rede Afro LGBT e vice-coordenador do GT LGBTI+ do Movimento Negro Unificado de Pernambuco; e o cantor pernambucano Valdir Anfonjá.

LUTA COLETIVA – A deputada Rosa Amorim destacou que a Alepe e seus parlamentares têm abraçado a luta antirracista

“É com muita alegria que estamos construindo a primeira Jornada antirracista da Alepe. A simbologia disso é muito marcante, pois, ao chegarmos aqui, já nos deparamos com rostos de pessoas negras que foram importantes para a construção do Brasil, desde Zumbi dos Palmares à deputada federal Benedita da Silva (PT). Ainda somos minorias nos espaços, mas é importante ver que há um conjunto de parlamentares que, mesmo não sendo negros e negras, abraçam a luta antirracista”, destacou a deputada Rosa Amorim.

NO FRONTE – Parafraseando a pensadora Ângela Davis, a parlamentar Dani Portela ressaltou que “é preciso ser antirracista”

Já a parlamentar Dani Portela lembrou que o racismo e a luta para combatê-lo não deve ser restrito ao movimento negro. “Temos muitos desafios para enfrentar. Não basta não ser racista, é preciso ser antirracista, como nos lembra a pensadora norte-americana Ângela Davis. Essa luta não é uma luta apenas das pessoas negras. Tem que ser uma luta do conjunto da sociedade”, disse.

O professor Carlos Tomaz ressaltou a importância do diálogo entre poder público e sociedade civil para construção de políticas públicas efetivas. “Não dá para criar leis de maneira verticalizada. Por isso, é fundamental esse espaço que Alepe abre para ouvir os anseios da população. É só com processos de escutas que é possível estabelecer legislações efetivas de combate ao racismo”, afirmou.

INICIATIVA LOUVÁVEL – O deputado Doriel Barros parabenizou a Alepe pela iniciativa

“É preciso ocupar os espaços e, ao mesmo tempo, fazer com que a sociedade compreenda que essa é uma luta de todos nós. Somamo-nos nessa mesma direção antirracista e parabenizamos a Alepe por essa louvável iniciativa”, finalizou o deputado Doriel Barros.