Atividades recreativas e ações formativas marcam a abertura do Abril Azul na Alepe

UNIDOS PELA CAUSA – Um série de atividades vão acontecer na Alepe até a próxima sexta (12), em torno do Abril Azul. Fotos: Nando Chiappetta

Teve início, nesta quinta (11), o Abril Azul na Alepe, ação que tem o objetivo de envolver a população nas causas que incluem os distúrbios e condições do Transtorno do Espectro Autista (TEA), além de capacitar os servidores do Legislativo estadual para melhor receber as pessoas autistas e os familiares delas. O evento é uma parceria da Alepe com o Instituto do Autismo e vai até esta sexta (12).

A programação inclui debates e palestras com especialistas e um consultório de acolhimento para pessoas autistas, montado no hall da biblioteca da Alepe. O espaço conta com brinquedos e profissionais especializados para receber crianças e adolescentes que precisam de acolhimento e preparo para participar das atividades recreativas.

Para o primeiro-secretário da Assembleia, deputado Gustavo Gouveia (Solidariedade), o Abril Azul na Alepe é uma forma de demonstrar à população que é dever das instituições combater a discriminação e o preconceito que atingem pessoas com o Transtorno do Espectro Autista.

“Sabemos da luta que é incluir o autista na sociedade. A Alepe se coloca à disposição, promovendo capacitações de nossos servidores para melhor atender suas necessidades com mais respeito e dignidade. Juntos, vamos batalhar para garantir os direitos estabelecidos na lei brasileira de inclusão da pessoa com deficiência”, comprometeu-se.

“A Alepe está sintonizada e comprometida em poder fazer o melhor para atender a esse público e em breve teremos uma comissão permanente na Casa para defender não só os interesses das pessoas autistas, mas das pessoas com deficiência como um todo”, destacou o superintendente-geral da Assembleia, Isaltino Nascimento.

Inclusão

Cerca de 150 portadores de TEA atendidos pelo Instituto do Autismo participaram da ação. Crianças e familiares puderam aproveitar de diversas atividades, como o “Pódio da Inclusão”, com foco no estímulo terapêutico; e o “Palco da Inclusão”, para apresentação de artistas autistas, atividades lúdicas e aulas de psicomotricidade e dança. A programação ainda contou com espaço kids com brinquedos infláveis, brindes e participação de recreadores especializados no público atípico infantil.

LUDICIDADE – As atividades aconteceram em várias instalações do Poder Legislativo

O deputado João de Nadegi (PV), ex-presidente da Comissão Especial de Defesa dos Direitos das Pessoas com Transtorno do Espectro Autista, ressaltou a importância do momento na Alepe: “A Assembleia mostrou mais uma vez que precisamos estar inseridos nesse papel de conscientização. Como deputado atuante na área, parabenizo mais uma vez a ação e é gratificante ver todos aproveitando esse momento especial”, ressaltou.

Mãe de uma criança de quatro anos inserida no TEA, Elisabete Moraes soube da ação por meio de serviços de fonoaudiologia fornecidos pela Alepe. Ela destacou a felicidade em poder ter acesso a esse tipo de evento: “Acho uma medida como essa de extrema importância, sinto que traz uma inclusão e conforto para o meu filho, como portador de TEA, e para mim como mãe”.

Agnnes Silva, integrante do Instituto do Autismo, destacou o papel dos apoiadores na ação, reforçando a relevância do momento: “Trazer visibilidade para o público autista, para crianças atípicas, é muito importante. Disseminar esse acolhimento das crianças e suas famílias, de todos pertencentes à causa, é nosso principal objetivo”, salientou.

Palestra

No hall da biblioteca da Alepe, um momento de palestras foi ministrado por profissionais da área de estudo do TEA, com o intuito de conscientizar parentes e cuidadores de crianças portadoras dos espectros.

FORMAÇÃO – A análise do comportamento aplicada (ABA) foi o tema da palestra realizada no hall da biblioteca da Alepe

Tamire Ratis, psicóloga e analista do comportamento, comandou uma das discussões do dia. Pesquisadora na área de autismo e racismo, trouxe a pauta da importância da análise do comportamento aplicada (ABA) no autismo para o público. “Dentro da ABA, conseguimos desenvolver o processo da inclusão de pessoas que se caracterizam dentro do TEA. Quando adquirimos um conhecimento para além do que é o transtorno, e conhecemos as estratégias do ABA, promovemos esse acolhimento mais assertivo”, informou Tamires.

Capacitação

No auditório Ênio Guerra, o treinamento de capacitação para servidores da Alepe reuniu os colaboradores em um momento de aprendizado, com intuito de instruí-los a oferecer uma melhor recepção para pessoas que se enquadram no TEA, no ambiente da Casa de Joaquim Nabuco. A ação formativa foi ministrada por Carla Patrícia e Priscila Figueiredo, diretoras clínicas do Instituto do Autismo.

MELHORIA NO ATENDIMENTO – Servidores e colaboradores da Alepe receberam capacitação para atender melhor as pessoas que se encaixam dentro do TEA

“Lugar de autista é em todo lugar. Precisamos cada vez mais no papel desta Casa, que através de seus deputados, podem aprofundar as políticas públicas de assistência, para que possamos afirmar na prática esse pertencimento das pessoas dentro do TEA”, comentou a deputada Rosa Amorim (PT), que esteve presente no encontro.

Fortalecendo a fala de Rosa, a deputada Dani Portela (PSOL) agradeceu pelo momento de reunião, celebrando a temática do Abril Azul. Destacando o mês de conscientização, Dani reforçou a necessidade da efetivação do acolhimento, principalmente no âmbito educacional: “Nós como sociedade precisamos nos preparar para incluir de fato essas pessoas, como cidadãos plenos de direitos, desde o começo de suas vidas. Uma educação de fato inclusiva garante o transporte, entrada, acesso e permanência no ambiente de aprendizado”, enfatizou Dani.