Alepe Cuida vai oferecer serviço de saúde bucal para pacientes atípicos

INCLUSÃO – Atendimento odontológico seguirá demandas de municípios e instituições parceiras. Foto: Nando Chiappetta

O Alepe Cuida, programa da Assembleia Legislativa de Pernambuco voltado para atendimentos gratuitos de saúde e cidadania, terá um serviço especial direcionado para pessoas atípicas. Batizado de “Odontologia Inclusiva”, o serviço vai ser disponibilizado pela Superintendência de Saúde e Medicina Ocupacional da Alepe, em parceria com os municípios, instituições públicas e privadas em todo o Estado. 

O novo serviço atenderá a demanda indicada por município ou instituição solicitante, que definirá o público alvo. De acordo com a Superintendência, a ideia é atender 40 pacientes por dia, dadas as necessidades do grupo de pacientes contemplados pelo programa. 

O agendamento será realizado pelas entidades parceiras ou pela central telefônica da Alepe, garantindo ao usuário a melhor forma de acesso.

De acordo com o presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto (PSDB), o  atendimento odontológico destinado a pessoas atípicas reforça o trabalho da Alepe em ampliar a promoção de saúde para a população pernambucana. 

“A iniciativa é marcada pela necessária inclusão deste público, com serviços especializados e ajustados à realidade dos municípios que serão atendidos pelo programa. Assim, com políticas pensadas para todos os segmentos, a Casa se conecta cada vez mais com a sociedade”, enfatizou Porto.

Origem

A criação de um programa específico para tratamento de saúde bucal para pacientes atípicos surgiu após a participação da Alepe em um encontro promovido pelo Grupo Fazendo Acontecer, realizado no dia 21 de março, em que é comemorado o Dia Internacional da Síndrome de Down. 

Formado por mães de pessoas com Síndrome de Down, o Fazendo Acontecer  tem como objetivos promover a inclusão, combater o capacitismo e garantir direitos e cuidados com a saúde desta população. O grupo solicitou à Alepe a criação do novo serviço. 

Com a criação do “Odontologia Inclusiva”, profissionais do Alepe Cuida vão se juntar a parceiros da iniciativa privada e da Prefeitura do Recife que disponibilizam serviços de odontologia ao público-alvo da organização. Segundo a Superintendência da Saúde da Alepe, o Alepe Cuida poderá ajudar a expandir esse tipo de tratamento especializado para todo o Estado. 

Inclusão no mercado de trabalho para PCDs é tema de workshop

TRABALHO – Evento buscou fomentar a inclusão de PCDs no mercado. Foto: Manu Vitória

A Alepe promoveu o “Workshop Empregabilidade e Empreendedorismo: transformando desafios em oportunidades”, nesta terça (8), no auditório Sérgio Guerra. A ação foi direcionada para alunos com deficiência do Centro de Educação de Jovens e Adultos (CEJA) Valdemar de Oliveira, localizado no centro do Recife. 

Segundo pesquisa de janeiro deste ano do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o Brasil tem 545 mil pessoas com deficiência em postos de trabalho. A reserva de vagas em grandes empresas é garantida há 33 anos, quando entrou em vigor da Lei Federal nº 8.213/1991, conhecida como Lei de Cotas para Pessoas com Deficiência (PCDs) 

Para conseguir se integrarem nesse mercado, os alunos CEJA Valdemar de Oliveira tiveram a oportunidade de participar de palestras com profissionais do Porto Digital, do Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e da Escola do Legislativo Pernambucano (Elepe). 

A psicóloga do Porto Digital, Luana Alves, apresentou o trabalho realizado por um dos maiores parques tecnológicos do Brasil e suas interfaces direcionadas para pessoas com deficiência. O evento também teve a palestra “Estágio e Inclusão: garantias legais e oportunidade para pessoas com deficiência” com a especialista em psicologia organizacional e do trabalho, Ketilly Gomes, do IEL. 

Por fim, o painel “Autonomia para sonhar e realizar: empoderamento no trabalho e na vida”, foi proferido pela especialista em gestão de pessoas e psicologia organizacional, Joselma Gomes,  que é consultora da Elepe. 

Depoimentos

A estudante do terceiro ano do Ensino Médio, Maria Eduarda Araújo, ressaltou a importância de ações como esta e da constante motivação para conquistar mais acessibilidade para pessoas surdas. 

“Eu sou surda e acredito na questão da luta da educação bilíngue para surdos e de todas as pessoas com deficiência. A questão da inclusão de surdos e ouvintes é muito complicada, por conta da ausência da acessibilidade”, relatou a estudante. “Quero participar, quero discutir, quero falar sobre política também”, salientou, falando em Libras.

Já a aluna Júlia Santos, do segundo ano do ensino médio, sonha em cursar futuramente pedagogia ou Letras-Libras, e elogiou a importância da ação inclusiva da Alepe. “Eu acho a inclusão, o fato de estarmos todos aqui todos juntos, muito importante, principalmente para a comunidade surda”, comentou.

O superintendente geral da Alepe, Isaltino Nascimento, ressaltou o compromisso da Casa de Joaquim Nabuco em realizar o exercício de cidadania junto à sociedade. 

“Diante de um mercado de trabalho desafiador, esse workshop procura orientar como construir o currículo, como estabelecer uma intervenção de emprego, como se comportar com as demandas que estão postas. Os jovens e adolescentes estão no dia-a-dia estudando, mas certamente estarão também na busca do mercado de trabalho”, disse Isaltino Nascimento. 

Também estiveram presentes: a professora Valéria Barbosa, que representou o professor Roberto Carlos Silva dos Santos, diretor do CEJA; a chefe do Departamento de Projetos Sociais Institucionais da Alepe, Cristiane Alves; e Norma Sueli Pereira, da gerência de Projetos Sociais Institucionais. 

PÚBLICO – Evento foi realizado para alunos do CEJA Valdemar de Oliveira. Foto: Manu Vitória