Alepe promove primeira edição da Kizomba Antirracista

AUDITÓRIO CHEIO – O evento reuniu servidores da Alepe, estudantes e professores da rede estadual de ensino. Fotos: Giovanni Costa

O Dia Internacional contra a Discriminação Racial, comemorado nesta quinta (21), foi marcado na Assembleia Legislativa pela primeira edição da Kizomba Antirracista. Batizado com um termo de origem angolana que significa encontro/confraternização, o evento, gratuito e aberto ao público, contou com o lançamento do Caderno Alepe Antirracista, uma compilação de textos transcritos das palestras proferidas na jornada que ocorreu em novembro de 2023. A intenção do encontro foi promover uma discussão aprofundada sobre o racismo e pensar em ações que ajudem a construir pautas afirmativas dentro e fora do espaço institucional.

Na plateia, servidores da Casa, alunos e professores da Escola Técnica Maximiano Accioly Campos (Jaboatão dos Guararapes) e da Escola de Referência em Ensino Médio Ginásio Pernambucano (Recife) puderam acompanhar palestras, debates e apresentações musicais. A atriz Naná Sodré mostrou um trecho do seu espetáculo Ombela, escrito pelo autor angolano Manuel Rui. Já o professor, cantor e compositor Lepê Correia lançou o álbum Canto do Reencanto.

APRESENTAÇÃO CULTURAL – Músico e professor, Lepê Correia lançou as canções do seu novo disco durante o evento

OMBELA – Naná Sodré falou um trecho da peça que está em cartaz há 10 anos nos palcos pernambucanos

O encontro contou com a participação dos deputados Gilmar Júnior (PV), João Paulo (PT) e João de Nadegi (PV); dos superintendentes da Alepe Isaltino Nascimento (Geral), José Humberto Cavalcanti (Elepe) e Helena Alencar (Comunicação Social); e dos professores Adriano Martins (Ginásio Pernambucano), Ednario de Oliveira e Antônio Rufino (ETE Maximiliano Aciolly Campos).

AGENDA PRIORITÁRIA – O deputado Gilmar Júnior destacou que as ações antirracistas devem estar inseridas nas discussões de todas as esferas do Poder

“A luta antirracista deve ser uma prioridade de qualquer Poder, seja Judiciário, Executivo ou Legislativo. Todos nós devemos trabalhar harmonicamente essa pauta para que consigamos diminuir a violência, o preconceito e a discriminação envolvendo as pessoas negras. Nesse sentido, a Assembleia vem fazendo um trabalho bem relevante em diversas frentes. Uma delas são as audiências públicas organizadas pela Comissão de Direitos Humanos e, agora, todos os eventos abrigados no selo Alepe Antirracista”, disse o deputado Gilmar.

INICIATIVA LOUVÁVEL – O parlamentar João Paulo parabenizou a Assembleia Legislativa pela iniciativa de trazer luz à pauta antirracista

Já o parlamentar João Paulo, que presidiu os trabalhos da primeira edição da Kizomba Antirracista, destacou que “a Alepe cumpre um papel fundamental no combate ao racismo”. “Estou no meu quinto mandato. E essa é a primeira vez que vejo a Casa se posicionar assim com tanta firmeza com a causa antirracista. Parabenizo a Mesa-Diretora pela iniciativa e, de verdade, espero que a Assembleia seja uma luz de esperança no combate à discriminação racial”, ressaltou.

FORMAÇÃO – O deputado João de Nadegi ressaltou a importância das ações antirracista para os alunos que compareceram ao evento

Dirigindo-se aos estudantes presentes no evento, o deputado João de Nadegi reafirmou o caráter formativo da Kizomba Antirracista. “Que essa tarde enriqueça o currículo de vocês. Desejo que vocês possam, amanhã ou depois, trilharem sempre o caminho de um mundo mais harmônico, respeitando cor, raça e gênero”, pontuou.

Reflexão 

DEBATE – Docente da Unicap, Valdenice Raimundo foi a primeira palestrante da Kizomba Antirracista

Na palestra “21 de Março: Reflexões sobre o Caminho para a Igualdade Racial”, a professora Valdenice Raimundo (Unicap) fez um debate sobre as grandes desigualdades sociais que assolam a população negra do país e de que maneira o racismo encurta as oportunidades. “O diferente é tratado como desigual, a partir da discriminação racial, mas precisamos continuar resistindo. Nós temos os movimentos e coletivos negros que pautam a luta contra o racismo. Devemos conhecer essa história e se colocar do lado da vida, pois o racismo é um projeto de morte”, discursou.

CONHECIMENTO APROFUNDADO – Direto de Alagoas, o professor Clébio Correia mostrou que é preciso conhecer a fundo a história e a contribuição da comunidade negra à formação do país

Já o docente alagoano Clébio Correia de Araújo (Neab-Ueal), em sua palestra “A Contribuição da Cultura Afro-Brasileira para a Formação da Identidade Nacional”, falou da contribuição da comunidade negra aos diversos elementos culturais do Brasil e de que é preciso reconhecer esses traços para valorizá-los. “Enquanto essa história não for ensinada em todas as escolas, nós, afrodescendentes, não nos conheceremos, não saberemos qual é a nossa identidade e, por consequência, não saberemos qual é o nosso lugar na formação deste país”, pontuou.

CADERNO ANTIRRACISTA – A publicação tem como objetivo sensibilizar as pessoas sobre a importância de combater o racismo e a promoção da igualdade racial

Na segunda parte do evento,  foi lançado o Caderno da 1ª Jornada Alepe Antirracista. A mesa foi presidida pelo professor Ari Cruz, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e a apresentação do documento ficou por conta do professor Edilson Souza, um dos autores da publicação, e de Rodrigo Marinho, coordenador pedagógico do curso Alepe Antirracista.

Pioneirismo

A proposta de formação Alepe Antirracista teve início em 2023 com a realização da jornada de mesmo tema. A capacitação, voltada inicialmente para funcionários da Assembleia, começa no próximo dia 22 e segue até agosto. Será realizada presencialmente com duas turmas. Uma edição on-line para o público em geral será oferecida no segundo semestre.

Na avaliação do presidente da Assembleia, deputado Álvaro Porto (PSDB), a pauta antirracista precisa estar no cotidiano do Legislativo. “É um curso oportuno e necessário porque abre uma ampla discussão sobre o tema e contribui para difundir a cultura de combate às práticas racistas tão presentes na estrutura da sociedade”, destacou o chefe do Legislativo.

Para o primeiro-secretário da Alepe, deputado Gustavo Gouveia (Solidariedade), o curso é uma oportunidade de aprendizado e de reflexão sobre a discriminação racial e suas consequências. “Precisamos respeitar todas as pessoas, sobretudo porque vivemos em um país tão plural. Queremos estabelecer uma agenda antirracista na Alepe e lutar por liberdade para todos independentes de cor, raça e condição social”, afirmou.

Com 1º FestCoros Alepe, Coral Vozes de Pernambuco comemora 21 anos

AUDITÓRIO LOTADO – Mais de 100 coristas de seis diferentes coros do Estado participaram do festival, realizado no Auditório Sérgio Guerra. Fotos: Giovanni Costa

Patrimônio do Poder Legislativo Estadual, o Coral Vozes de Pernambuco completou 21 anos de atividades ininterruptas na Alepe, em 2023. Composto por funcionários, servidores e demais colaboradores da Assembleia Legislativa, o grupo tem como missão levar música, arte e cultura ao povo pernambucano, seja nas sessões solenes da Casa ou nas apresentações que realiza em todo o Estado.

Para marcar a data, aconteceu, nesta quinta-feira (23), a primeira edição do FestCoros Alepe. O evento, organizado pelo Departamento de Projetos Sociais Institucionais da Assembleia Legislativa, contou com a participação de 115 coristas, que compõem seis corais recifenses, incluindo o Vozes de Pernambuco (maestrina Míriam Cecília Gomes): Grupo Athos Vocal (maestrina Ozani Malheiros), Coro Dom da Alegria (maestrina Mônica Muniz), Associação Coral Nossa Música (maestrina Míriam Cecília Gomes), Coro Via Voz (maestro João Coimbra) e Coro de Câmara do Conservatório Pernambucano de Música (maestrina Mônica Muniz).

INTEGRAÇÃO – “O FestCoros é a possibilidade do Poder Legislativo dialogar com outros grupos de canto e coral do Estado”, ressaltou o superintendente-geral da Alepe, Isaltino Nascimento

“O Coral Vozes de Pernambuco é a ação social e cultural mais longeva da Alepe. O objetivo é aproximar a Casa Legislativa da população pernambucana, por meio da música. O FestCoros é a coroação dos 21 anos do grupo, que conta com total apoio da Mesa Diretora. A ideia do evento é incentivar o canto coral aqui no Estado e criar um espaço onde os coros possam se apresentar”, disse Cristiane Alves, chefe Departamento de Projetos Sociais Institucionais.

Membro fundador e atual coordenador do Vozes de Pernambuco, o consultor legislativo José Carlos Santana destacou as conquistas que o coral teve nas duas últimas décadas. “Já tivemos grandes maestros, como José Beltrão da Cunha, Josias Gouveia e Mônica Muniz. Hoje, Miriam Cecília tem conduzido o grupo para apresentações mais acentuadas e um repertório mais regionalizado”, afirmou o coordenador.

“Ao longo desses últimos anos, tivemos um crescimento bem positivo. Espero que essa edição do FestCoros seja a primeira de muitas outras”, disse Luiz Tavares, integrante há sete anos do grupo da Alepe.

“O FestCoros é mais um espaço para promover o canto coral aqui no Estado. A Alepe está de parabéns por essa iniciativa. Espero que mais portas sejam abertas para nossos grupos”, ressaltou Maria Suely Farias, presidente da Associação Brasileira de Canto Coral em Pernambuco (AbCantoCoral).

Já o superintendente-geral da Alepe, Isaltino Nascimento, falou do orgulho de realizar o evento na Alepe. “O FestCoros é a possibilidade do Poder Legislativo dialogar com outros grupos de canto e coral do Estado. É  um momento significativo para mostrar, celebrar e parabenizar todos aqueles que compuseram e que atualmente compõem o Coral Voz de Pernambuco”, finalizou o gestor.

VOZES – Formado por colaboradores da Alepe, o Coral Vozes de Pernambuco foi fundado em 2002 e defende a valorização da música popular brasileira e dos ritmos do Estado

Histórico 

Criado em setembro de 2002, por iniciativa do então deputado João Negromonte, o Coral Vozes já se apresentou em várias cidades pernambucanas. Desde o início, o grupo tem como característica principal a  valorização da música popular brasileira, em especial dos múltiplos ritmos do Estado, como o maracatu, frevo, caboclinho, forró e cavalo marinho. A intenção é contribuir com a promoção, valorização e divulgação da cultura nordestina.

Com o apoio da Mesa Diretora, os membros do grupo já participaram de Encontros de Corais Nacionais e Internacionais tanto em Pernambuco quanto em outros estados do Nordeste. Em 2003, gravou seu primeiro álbum, cujo repertório é formado por canções regionais. Desde então, o Coral Vozes de Pernambuco está consolidado na estrutura administrativa da Alepe e representa um importante vetor na política de valorização dos elementos culturais do Estado.