Alepe celebra os 200 anos da Confederação do Equador

Os 200 anos de um movimento revolucionário que marcou a história do estado de Pernambuco, do Nordeste e do Brasil foram celebrados nesta terça (18), em reunião solene no Plenário da Alepe. A cerimônia comemorou o legado da Confederação do Equador para a fundação da democracia brasileira, e contou com a entrega de 54 medalhas a diversas autoridades e aos deputados estaduais da 20ª Legislatura (ver lista abaixo).

Durante a solenidade, o presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto (PSDB), enalteceu o passado de lutas do povo de Pernambuco. Porto lembrou as batalhas no período de ocupação holandesa, bem como a Revolução Pernambucana de 1817. Esta última, inclusive, contribuiu para que, anos mais tarde, fosse declarada a independência brasileira.

HISTÓRIA – Álvaro Porto enalteceu as lutas republicanas de Pernambuco. Foto: Nando Chiappetta, Roberta Guimarães

Apesar da separação do Brasil de Portugal, não tardaria muito para que um novo movimento eclodisse, ainda em 1824: a Confederação do Equador. A revolta, que teve Frei Caneca como um dos principais líderes, reagiu à manutenção do império como forma de governo no Brasil independente. Conforme detalhou o presidente, os confederados insurgiram-se contra uma série de medidas autoritárias implantadas por D. Pedro I.

Como exemplo dessas ações, Porto citou o fechamento da Assembleia Constituinte; a outorga de uma Constituição, garantindo-lhe poderes no ataque a revoltas republicanas; o aumento de impostos, entre outros. A mobilização, contudo, foi derrotada pelas tropas do imperador, e parte de seus líderes foram mortos.

“Entretanto, a herança de Frei Caneca e da Confederação do Equador foi além. Os embriões dos sentimentos de patriotismo, independência e, principalmente, da democracia, representada pelos três poderes constituídos, floresceram. E, hoje, estamos aqui reafirmando estes valores simbolizados nestas medalhas destinadas a cada um dos deputados desta Casa, e a personalidades e instituições”, homenageou o parlamentar.

REPRESENTAÇÃO – Eduardo Sertório discursou em nome das instituições. Foto: Nando Chiappetta, Roberta Guimarães

Representando o Tribunal de Justiça de Pernambuco, o desembargador Eduardo Sertório discursou em nome dos representantes de instituições e entidades agraciadas com a medalha comemorativa. A honraria simboliza a contribuição para a preservação dos ideais de justiça, democracia e liberdade que guiaram os líderes da Confederação do Equador, dentre eles, Frei Caneca. Em sua fala de agradecimento, o magistrado prestou homenagem aos bravos pernambucanos que em 1824 enfrentaram o autoritarismo com destemor, por um Brasil mais justo e democrático. Sertório, que é o segundo vice-presidente da corte estadual, destacou que a nação não pode esquecer o passado, nem desconhecer a história, para garantir os avanços necessários. “Que a história da Confederação seja sempre lembrada como um exemplo de bravura, idealismo, e inspire as futuras gerações a construir um Brasil mais unido, justo e fraterno”, refletiu.

Produções 

Ao longo da cerimônia, foi transmitido um vídeo produzido pela equipe da TV Alepe, com detalhes da história da Confederação do Equador. Afora isso, a Casa ainda lançou o podcast Sagas Pernambucanas, uma produção da Rádio Alepe, e o cordel A Confederação do Equador pra tu entender, tá ligado!?, escrito por Caio do Cordel.

A solenidade contou também com apresentações do Coral Vozes de Pernambuco, composto por servidores da Alepe, e do quinteto musical integrado por Maestro Spok, Cláudio Almeida, Zé Carlos, Beto Hortis e Marcos César.

Instituições e representantes agraciados com a medalha comemorativa:

Governo de Pernambuco – Teresa Duere, assessora especial da vice-governadora

Tribunal de Justiça de Pernambuco – Eduardo Sertório, segundo-vice-presidente

Tribunal Regional Federal da 5ª Região – Germana de Oliveira Moraes, vice-presidente

Governo do Estado da Paraíba – Antônio Paulino, secretário-chefe

Governo do Estado do Rio Grande do Norte – Ivanilson de Souza Maia, secretário-adjunto

Governo do Estado do Ceará – Gecíola Fonseca, secretária de Cultura

Câmara Municipal do Recife – Romerinho Jatobá, presidente

Prefeitura do Recife – Pedro Pontes, procurador-geral

Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região – Sérgio Torres, vice-presidente

Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco – Valdecir Pascoal, presidente

Comando Militar do Nordeste – Raul Rodrigues de Oliveira, general de divisão

Segundo Comando Aéreo Regional – Márcio Henrique dos Santos da Costa, subcomandante

Capitania dos Portos – Carlos Frederico Tojal do Vale, capitão de mar e guerra

Ministério Público de Pernambuco – Marcos Carvalho, procurador-geral de Justiça

Defensoria Pública Estadual – Fátima Maria Alcântara, subdefensora pública-geral

Associação Municipalista de Pernambuco – Marcelo Gouveia, presidente

Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano – Silvio Amorim, membro

Alepe celebra os 30 anos da Romaria de Frei Damião

A Alepe promoveu, nesta segunda (16), uma sessão solene em homenagem aos 30 anos da Romaria de Frei Damião, festa religiosa que acontece desde 1993 no município de São Joaquim do Monte (Agreste Central).

Proposição do deputado Joãozinho Tenório (Patriota), a solenidade foi realizada no Auditório Sérgio Guerra e contou com a presença de romeiros, religiosos e autoridades. “Além de mobilizar vários fiéis, a festividade impulsiona a economia local. A última edição teve a participação de mais ou menos 600 comerciantes formais e informais, que gerou renda e aqueceu a cadeia produtiva da cidade”, disse o parlamentar autor da homenagem.

SOLENE – Rodrigo Farias (centro) presidiu a cerimônia, que contou com autoridades e religiosos. Foto: Giovanni Costa

A cerimônia foi presidida pelo deputado Rodrigo Farias (PSB) e contou com a apresentação do Coral Vozes de Pernambuco, composto por funcionários da Alepe. Entre os presentes, estavam: Eduardo Lins (prefeito de São Joaquim do Monte), Guto Coelho (vice-prefeito de São Joaquim do Monte), José Pereira Souza (assessor especial do Governo do Estado de Pernambuco), Gutemberg Cabral (vice-presidente da Câmara Municipal de São Joaquim do Monte) e Padre Isael Torres (pároco da Paróquia de São Joaquim).

“Agradeço essa homenagem da Alepe e aproveito esse momento para dizer que a cidade de São Joaquim do Monte está de portas abertas para receber todos vocês em nossa romaria”, afirmou o padre Isael Torres.

Histórico

A festa teve início no primeiro final de semana de setembro de 1993, quando aconteciam as missões com Frei Damião, que eram caminhadas de fiéis até o cruzeiro.

Com a consolidação do evento, a festa cresceu e passou a se chamar “Romaria de Frei Damião”. Tradicionalmente a romaria tem quatro dias de festa. Entretanto, na 30ª edição, em 2023, contou com nove dias.

Damião de Bozzano, filho dos camponeses Felix e Maria Giannotti, nasceu em 5 de novembro de 1898, em Bozzano, na Itália. Começou sua formação religiosa aos 12 anos, na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. Aos 19 anos foi convocado para o exército italiano e participou da 1ª Guerra Mundial. Com o fim da Guerra, retornou à vida conventual entre os Capuchinhos.

Aos 27 anos formou-se em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana (Roma). Aos 33 anos, no ano de 1931, transferiu-se para o Brasil , estabelecendo-se no Recife. Passou a morar no Convento Senhora da Penha (Ordem dos Capuchinhos). Frei Damião dedicou sua vida às “santas missões”. Durante 66 anos, ele percorreu e pregou em diversas cidades do Nordeste.

Ele faleceu em 1997, aos 98 anos. No dia 8 de abril de 2019, o Frei Damião foi reconhecido como venerável pelo Papa Francisco, ficando mais perto da beatificação.

Santuário

Localizado em São Joaquim do Monte, o cruzeiro é um lugar de oração, onde fiéis vêm de toda parte do Nordeste para pedir e agradecer as graças alcançadas.

O ambiente passou por uma reforma no ano de 2019 para melhor receber os turistas. É no santuário que se encontra uma estátua de 10 metros de altura, feita pelo renomado artista José Caxiado da Silva

Durante a romaria, o local é tomado por uma multidão de pessoas. A cada ano o evento conquista ainda mais espaço, fortalecendo a fé e devoção do povo.