Alepe promove a 1ª Semana da Pessoa com Deficiência

Entre os dias 25, 26 e 28 de agosto (segunda, terça e quinta), a Alepe realiza a primeira Semana da Pessoa com Deficiência. O evento, promovido pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência e Atipicidades, tem como objetivo discutir temas como o anticapacitismo, a inclusão de pessoas com deficiência e os 10 anos de implementação da Lei Brasileira de Inclusão (LBI). 

Aberta ao público, a programação contará com palestras, exposições e apresentações culturais. As atividades acontecerão nos Auditórios Sérgio Guerra e Ênio Guerra, além do hall do Anexo I e do hall superior do Edifício Miguel Arraes. Confira os destaques:

Programação

25/8 (segunda)

A programação começa pela manhã, às 9h, com painéis sobre “Anticapacitismo”, com a Dra. Viviane Guimarães, e “Comunicação Digital Acessível”, com Dani Rorato e Raissa Maria, no Auditório Sérgio Guerra. 

No período da tarde, às 14h, as palestras abordarão os “Dez anos da LBI: avanços e desafios”, com a Dra. Juliana Salazar, e “Pessoa com Deficiência: Inclusão, direitos e saúde no trabalho”, com a Dra. Marina Cantarelli. As formações são direcionadas a servidores da Alepe, superintendências e gabinetes, e acontecerão no Auditório Ênio Guerra. 

26/8 (terça)

A partir das 10h, será realizado um seminário sobre os 10 anos da Lei Brasileira de Inclusão, no Auditório Ênio Guerra, com a participação da Dra. Carolina Ferraz, da professora Raissa Maria e da aluna Mariana Freitas (Unicap).

28/8 (quinta)

Com início previsto às 14h, haverá uma apresentação de balé do Grupo Down+, homenagem a entidades pernambucanas de atenção à pessoa com deficiência e o lançamento dos livros “Amandinha”, de Camila Basílio, e “Sol”, de Viviane Guimarães. As ações serão sediadas no Auditório Sérgio Guerra

Outras atividades

O evento também oferecerá aos participantes:

Massoterapia gratuita

Será realizada das 9h às 13h, no hall do Anexo I da Alepe, por profissionais com deficiência visual da Associação Pernambucana de Cegos (Apec).

Exposições artísticas

A Semana da Pessoa com Deficiência contará ainda com a mostra “Mandalas e Poesias”, da estudante e artesã Camila Basílio; e uma exposição do fotógrafo gaúcho Nicholas Filinkoski. Os trabalhos ficarão expostos no hall do Anexo I da Alepe.

Atlas: um cão de assistência nos corredores da Alepe

Thiago Cavalcanti

COMPANHEIRISMO - Atlas acompanha a servidora Wanderlice Silva, garantindo sua segurança e autonomia. Foto: Anju Monteiro

COMPANHEIRO – Atlas acompanha a servidora Wanderlice Silva, garantindo segurança e autonomia. Foto: Anju Monteiro

Quem circula pelos corredores da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) pode se deparar com Atlas, o cão de assistência que acompanha Wanderlice Silva, gerente de apoio técnico legislativo da Superintendência Geral da Mesa Diretora (SGMD).

Wanderlice tem deficiência auditiva desde a infância. Inicialmente, a perda afetava apenas um dos ouvidos, mas, com o tempo, o problema se agravou no outro lado. Isso gerou transtornos e dificuldades, já que ela precisa estar atenta a sons e ruídos, especialmente em locais como salas de espera de consultórios e ambientes onde despertadores ou campainhas são usados.

Essa situação foi atrapalhando sua vida e a deixando insegura. Para lidar com essas dificuldades, Wanderlice encontrou apoio no Vale da Neblina, uma instituição no Rio Grande do Sul que treina cães de assistência, como cão ouvinte, de assistência psiquiátrica, de alerta médico, de assistência a pessoa autista e para intervenção assistida.

Legislação

A Lei n° 15.875/2016 garante o direito de pessoas com deficiência ingressarem e permanecerem em locais públicos ou privados com seus cães de assistência. Apesar da legislação, Wanderlice enfrenta situações inconvenientes em ambientes públicos e até mesmo onde reside, onde há a proibição de animais em áreas comuns. 

Ela enfatiza a importância da norma estadual e ressalta que essa situação vai além de um espaço ser pet friendly. “Os desafios que eu tenho enfrentado são muitos, porque ele tem o direito de estar em alguns espaços e as pessoas não entendem. Não tem a ver com ele ser um pet, mas sim entender que este cão possui um treinamento para atender às necessidades que eu possuo”, pontua.

Treinamento

ASSISTÊNCIA – Adestradora Janaina Ganzer explica a treinamento dos cães. Foto: Anju Monteiro

Atlas é um cão ouvinte, treinado para alertar Wanderlice sobre sons importantes e reduzir os impactos da deficiência. “Esse cão é selecionado desde filhote para atender aquela função. Ele passa por um treinamento de dois anos, como se estivesse na escola, e pouco a pouco vai se desenvolvendo desde a aprendizagem básica até a socialização e conexão com o dono”, explica a adestradora Janaina Ganzer.

“Um cão de assistência pode entrar em locais em que pets comuns não podem entrar, como restaurantes, supermercados e consultórios médicos, pois ele vai estar ali para amenizar os entraves da deficiência de seu dono”, reforça Janaína.

Cuidados

Para as pessoas que não estão acostumadas com essa situação, é importante estar atento a alguns sinais. 

Cães de assistência usam coletes que indicam que estão em função de ajuda. Quando vestidos, não devem ser distraídos, pois qualquer interação indevida pode prejudicar o serviço que prestam ao tutor. 

Vale salientar que Atlas é um cachorro como qualquer outro, portanto, nos momentos de folga, gosta de brincar e buscar atenção. Porém, quando em serviço, ele está focado em garantir a segurança e autonomia de Wanderlice. “Se o cão estiver com o colete, não interaja!”, alerta Janaína.

ORIENTAÇÃO – Mesmo amigáveis, cães de assistência não devem ‘importunados’. Foto: Anju Monteiro