Alepe celebra culto ecumênico de Páscoa

FÉ E COMUNHÃO – O encontro ecumênico reuniu diversos segmentos religiosos para celebrar a Páscoa. Fotos: Amaro Lima

Diversos colaboradores da Alepe se reuniram em um momento de celebração e fraternidade para acompanhar, nesta terça (26), o culto ecumênico da Páscoa. Realizado no Auditório Sérgio Guerra, o evento trouxe representantes de diferentes segmentos religiosos: frei Damião Silva, padre da Igreja Católica Madre de Deus;  a missionária e pedagoga Juliana Beltrão, representante da Igreja Evangélica Comunidade das Nações; e Washington Pereira, presidente da Federação Espírita Pernambucana (FEP). A cerimônia contou ainda com a apresentação do Coral Vozes de Pernambuco, formado por servidores da Casa de Joaquim Nabuco.

Representante da Igreja Católica, o frei Damião Silva ressaltou o sentimento ligado à iniciativa da Alepe, relembrando as reflexões que acompanham a Páscoa. “Celebramos a redenção, o Cristo que, por amor, vem dar a sua vida. E aqui, na Casa de Joaquim Nabuco, experimentamos essa atmosfera de paixão e, acima de tudo, de ressurreição”, disse o religioso.

“Que nesse período, possamos refletir sobre as possibilidades que Deus nos confere por aqui estarmos, lembrando que a Páscoa acontece todo dia, é um processo de renovação e transformação. Sair de dentro de você mesmo e lembrar que nossa fé nos permite amar quem pensa diferente de cada um aqui, exercendo a bondade, simplicidade, humildade e o amor”, colocou o presidente da FEP e servidor da Alepe, Washington Pereira.

CONFRATERNIZAÇÃO – Servidores e colaboradores da Alepe se uniram para celebrar a Páscoa no Auditório Sérgio Guerra

A missionária Juliana Beltrão agradeceu pela oportunidade de se fazer presente no encontro e trouxe indagações sobre a relação de cada cidadão com a Páscoa, sob a perspectiva da fé cristã. “Temos deixado passar despercebido algumas coisas, devemos observar o quão precioso é o significado da Páscoa. A ressurreição não deve ficar apenas naquele dia, na cruz. Ela é diária nos nossos corações”, reforçou.

Superintendente da Alepe, Isaltino Nascimento celebrou o momento proporcionado pelo encontro, reforçando o significado da união entre as pessoas: “A Páscoa representa a celebração do que acreditamos, e, respeitando todas as formas de pensamento religioso, organizamos esse momento ecumênico para celebrar o sentimento de passagem e transformação”.

MOMENTO DE FÉ – O deputado João de Nadegi representou os membros do parlamento pernambucano no culto

“Agradeço ao superintendente Isaltino e ao presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto (PSDB), por proporcionar um momento importante como esse. Também saúdo os representantes de cada religião aqui presentes, todos sempre bem-vindos. É muito bom vivenciar essa celebração da fé, ter essa pausa na rotina acelerada e poder passar a Semana Santa com um conforto espiritual”, destacou o deputado João de Nadegi (PV), que representou os demais parlamentares da Casa no evento.

Confira abaixo o culto na íntegra:

Assembleia inicia curso de formação antirracista

OBJETIVO – Capacitação visa fomento da reflexão crítica sobre questões raciais e construção de cultura organizacional antirracista. Foto: Rebeca Alves

Teve início, nesta sexta (22), a Formação Alepe Antirracista – curso presencial voltado para colaboradores do Legislativo estadual, que tem como objetivo fomentar a reflexão crítica sobre as questões raciais, estimulando a construção de uma cultura organizacional antirracista e inclusiva dentro do ambiente de trabalho. A iniciativa faz parte do projeto Jornada Antirracista da Alepe, iniciado em 2023. Com encontros quinzenais, a capacitação será formada por cinco módulos. O primeiro deles, lançado hoje, teve como tema os ‘Fundamentos do letramento racial e do antirracismo’.

Uma das coordenadoras do módulo inicial, a professora Juliana Keila reforçou a função social que a ação carrega: “O letramento racial é fundamental para o combate ao racismo. Ter um projeto como esse, que discute o aprofundamento da temática antirracista, mesmo fora do mês da Consciência Negra, é fundamental para os colaboradores da Alepe. E isso gera um impacto em toda a sociedade”, delineou.

PROCESSO DE MUDANÇA – “O letramento racial é fundamental para o combate ao racismo”, destacou a professora Juliana Keila. Foto: Rebeca Alves

O módulo de abertura do curso também teve aulas do professor e pesquisador da UFPE, Lepê Correia, que também fez parte da coordenação pedagógica da Jornada Alepe Antirracista. “Isaltino Nascimento (superintendente-geral da Alepe) me convidou em maio do ano passado, trazendo essa ideia de um projeto antirracista. Em parceria com os mestres formadores da coordenação, fundimos nossos trabalhos e nos juntamos à Alepe para colocar essas pautas em prática.” relembrou.

“Estamos dando continuidade a esse projeto e já definimos uma série de iniciativas. Uma delas foi o Caderno da 1ª Jornada Antirracista, um compilado de todas as palestras já ministradas desde 2023 dentro deste projeto. E agora colocamos em prática esta formação interna dos servidores, desde a parte administrativa até os gabinetes, preparando a Assembleia Legislativa para atender à expectativa dessa luta contra a desigualdade racial”, salientou Isaltino.

EQUIPE PEDAGÓGICA – Professor e pesquisador da UFPE, Lepê Correia também coordenará aulas iniciais do curso. Foto: Rebeca Alves

Compartilhando do reconhecimento da importância do projeto, o superintendente da Escola do Legislativo (Elepe), José Humberto Cavalcanti, frisou os comportamentos de uma sociedade que construiu-se com base na desigualdade, celebrando assim o papel da Jornada: “Há uma discriminação geral, o racismo que vem perdurando há mais de 500 anos. E o projeto tem papel fundamental em trazer uma conscientização, evitando comportamentos prejudiciais para nossa sociedade”, destacou.

Servidora da Alepe, Maria da Guia parabenizou o perfil abrangente do curso. “As instituições precisam ter esse compromisso de trazer à tona a luta antirracista. Acho muito bom que não é algo pontual, e sim um real processo de formação”.

Capacitação

O curso de Formação Alepe Antirracista segue até o dia 23 de agosto, com encontros quinzenais. Além do tema inicial, os demais assuntos serão destacados nos próximos módulos: Racismo estrutural e suas manifestações, Desconstruindo o racismo e construindo uma identidade antirracista, Construindo uma cultura organizacional antirracista e inclusiva, e Monitoramento e avaliação.

Alepe promove primeira edição da Kizomba Antirracista

AUDITÓRIO CHEIO – O evento reuniu servidores da Alepe, estudantes e professores da rede estadual de ensino. Fotos: Giovanni Costa

O Dia Internacional contra a Discriminação Racial, comemorado nesta quinta (21), foi marcado na Assembleia Legislativa pela primeira edição da Kizomba Antirracista. Batizado com um termo de origem angolana que significa encontro/confraternização, o evento, gratuito e aberto ao público, contou com o lançamento do Caderno Alepe Antirracista, uma compilação de textos transcritos das palestras proferidas na jornada que ocorreu em novembro de 2023. A intenção do encontro foi promover uma discussão aprofundada sobre o racismo e pensar em ações que ajudem a construir pautas afirmativas dentro e fora do espaço institucional.

Na plateia, servidores da Casa, alunos e professores da Escola Técnica Maximiano Accioly Campos (Jaboatão dos Guararapes) e da Escola de Referência em Ensino Médio Ginásio Pernambucano (Recife) puderam acompanhar palestras, debates e apresentações musicais. A atriz Naná Sodré mostrou um trecho do seu espetáculo Ombela, escrito pelo autor angolano Manuel Rui. Já o professor, cantor e compositor Lepê Correia lançou o álbum Canto do Reencanto.

APRESENTAÇÃO CULTURAL – Músico e professor, Lepê Correia lançou as canções do seu novo disco durante o evento

OMBELA – Naná Sodré falou um trecho da peça que está em cartaz há 10 anos nos palcos pernambucanos

O encontro contou com a participação dos deputados Gilmar Júnior (PV), João Paulo (PT) e João de Nadegi (PV); dos superintendentes da Alepe Isaltino Nascimento (Geral), José Humberto Cavalcanti (Elepe) e Helena Alencar (Comunicação Social); e dos professores Adriano Martins (Ginásio Pernambucano), Ednario de Oliveira e Antônio Rufino (ETE Maximiliano Aciolly Campos).

AGENDA PRIORITÁRIA – O deputado Gilmar Júnior destacou que as ações antirracistas devem estar inseridas nas discussões de todas as esferas do Poder

“A luta antirracista deve ser uma prioridade de qualquer Poder, seja Judiciário, Executivo ou Legislativo. Todos nós devemos trabalhar harmonicamente essa pauta para que consigamos diminuir a violência, o preconceito e a discriminação envolvendo as pessoas negras. Nesse sentido, a Assembleia vem fazendo um trabalho bem relevante em diversas frentes. Uma delas são as audiências públicas organizadas pela Comissão de Direitos Humanos e, agora, todos os eventos abrigados no selo Alepe Antirracista”, disse o deputado Gilmar.

INICIATIVA LOUVÁVEL – O parlamentar João Paulo parabenizou a Assembleia Legislativa pela iniciativa de trazer luz à pauta antirracista

Já o parlamentar João Paulo, que presidiu os trabalhos da primeira edição da Kizomba Antirracista, destacou que “a Alepe cumpre um papel fundamental no combate ao racismo”. “Estou no meu quinto mandato. E essa é a primeira vez que vejo a Casa se posicionar assim com tanta firmeza com a causa antirracista. Parabenizo a Mesa-Diretora pela iniciativa e, de verdade, espero que a Assembleia seja uma luz de esperança no combate à discriminação racial”, ressaltou.

FORMAÇÃO – O deputado João de Nadegi ressaltou a importância das ações antirracista para os alunos que compareceram ao evento

Dirigindo-se aos estudantes presentes no evento, o deputado João de Nadegi reafirmou o caráter formativo da Kizomba Antirracista. “Que essa tarde enriqueça o currículo de vocês. Desejo que vocês possam, amanhã ou depois, trilharem sempre o caminho de um mundo mais harmônico, respeitando cor, raça e gênero”, pontuou.

Reflexão 

DEBATE – Docente da Unicap, Valdenice Raimundo foi a primeira palestrante da Kizomba Antirracista

Na palestra “21 de Março: Reflexões sobre o Caminho para a Igualdade Racial”, a professora Valdenice Raimundo (Unicap) fez um debate sobre as grandes desigualdades sociais que assolam a população negra do país e de que maneira o racismo encurta as oportunidades. “O diferente é tratado como desigual, a partir da discriminação racial, mas precisamos continuar resistindo. Nós temos os movimentos e coletivos negros que pautam a luta contra o racismo. Devemos conhecer essa história e se colocar do lado da vida, pois o racismo é um projeto de morte”, discursou.

CONHECIMENTO APROFUNDADO – Direto de Alagoas, o professor Clébio Correia mostrou que é preciso conhecer a fundo a história e a contribuição da comunidade negra à formação do país

Já o docente alagoano Clébio Correia de Araújo (Neab-Ueal), em sua palestra “A Contribuição da Cultura Afro-Brasileira para a Formação da Identidade Nacional”, falou da contribuição da comunidade negra aos diversos elementos culturais do Brasil e de que é preciso reconhecer esses traços para valorizá-los. “Enquanto essa história não for ensinada em todas as escolas, nós, afrodescendentes, não nos conheceremos, não saberemos qual é a nossa identidade e, por consequência, não saberemos qual é o nosso lugar na formação deste país”, pontuou.

CADERNO ANTIRRACISTA – A publicação tem como objetivo sensibilizar as pessoas sobre a importância de combater o racismo e a promoção da igualdade racial

Na segunda parte do evento,  foi lançado o Caderno da 1ª Jornada Alepe Antirracista. A mesa foi presidida pelo professor Ari Cruz, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e a apresentação do documento ficou por conta do professor Edilson Souza, um dos autores da publicação, e de Rodrigo Marinho, coordenador pedagógico do curso Alepe Antirracista.

Pioneirismo

A proposta de formação Alepe Antirracista teve início em 2023 com a realização da jornada de mesmo tema. A capacitação, voltada inicialmente para funcionários da Assembleia, começa no próximo dia 22 e segue até agosto. Será realizada presencialmente com duas turmas. Uma edição on-line para o público em geral será oferecida no segundo semestre.

Na avaliação do presidente da Assembleia, deputado Álvaro Porto (PSDB), a pauta antirracista precisa estar no cotidiano do Legislativo. “É um curso oportuno e necessário porque abre uma ampla discussão sobre o tema e contribui para difundir a cultura de combate às práticas racistas tão presentes na estrutura da sociedade”, destacou o chefe do Legislativo.

Para o primeiro-secretário da Alepe, deputado Gustavo Gouveia (Solidariedade), o curso é uma oportunidade de aprendizado e de reflexão sobre a discriminação racial e suas consequências. “Precisamos respeitar todas as pessoas, sobretudo porque vivemos em um país tão plural. Queremos estabelecer uma agenda antirracista na Alepe e lutar por liberdade para todos independentes de cor, raça e condição social”, afirmou.

Alepe leva música e arte à Colônia Penal Feminina do Recife

ITINERANTE – A ação aconteceu dentro das dependências da Colônia Penal Feminina do Recife, localizada no bairro do Engenho do Meio. Fotos: Roberta Guimarães

A edição itinerante do ‘Café com Poesia’, projeto promovido pela Biblioteca da Alepe, trouxe um combinado de alegria, poesia, música, literatura e esperança para as mulheres da Colônia Penal Feminina do Recife, no Engenho do Meio. Enquadradas pelo sistema prisional como pessoas privadas de liberdade (PPL), algumas delas participaram, nesta quarta (20), não apenas como ouvintes do projeto. Atuaram também como protagonistas de suas histórias.

Com o tema “A Alma Feminina Inspira Poesia”, o evento faz parte da programação da Alepe em homenagem ao Dia Internacional das Mulheres, comemorado em 8 de março. A versão itinerante do ‘Café com Poesia’ teve apresentação musical, recital de poesia e literatura de cordel.

As apresentações ficaram a cargo do músico e sanfoneiro Júnior Vieira, da escritora e poetisa Lúcia Costa, do cordelista Cícero Lins e do poeta Jorge Bernardo. O coral Vozes de Pernambuco, formado por funcionários da Alepe, alegrou o ambiente com músicas regionais.

Para a gestora da Colônia Feminina do Recife, Maria Andrea Ferraz, ações como a do ‘Café com Poesia’ são importantes para o processo de ressocialização. “É interessante trazer essa promoção da cultura e do lazer para dentro da unidade prisional. Esse tipo de ação auxilia no processo de ressocialização e faz com que elas se aproximem da nossa realidade e do que acontece fora da unidade prisional”, afirmou.

De acordo com a gerente da Biblioteca da Alepe, Sirlênia Araújo, a ideia de tornar o projeto itinerante visa ampliar o acesso à cultura e à arte de forma gratuita, além de incentivar a população a conhecer o trabalho da Alepe.

“É um momento de alegria, lazer, cultura e troca de conhecimento A arte, a cultura e a poesia transformam a vida das pessoas para melhor”, enfatizou Sirlênia.

MÚSICA – Apresentação do Coral Vozes de Pernambuco durante o Café com Poesia

Depoimentos

Mãe de sete filhos e aguardando julgamento por tráfico de drogas, Andrelane Faustina Ferreira, 39 anos, fez um paralelo entre o momento atual, vivenciado por ela e suas companheiras da unidade prisional, com a história de Dandara, guerreira negra do período colonial do Brasil que viveu no Quilombo dos Palmares lutando por seus ideias e liberdade do seu povo.

“Dandara foi uma figura que lutou por seus ideais, assim como nós que estamos aqui e lutamos pela tão sonhada liberdade”, enfatizou. Para Andrelane, o universo da arte e o da música trazem esperança de um recomeço, principalmente para os encarcerados.

“Estamos presas, mas nossos sonhos não pararam. Estudar e fazer poesia é uma nova forma de ressocializar. Mesmo que aqui seja um lugar difícil, esse projeto abre novos horizontes e nos dá visibilidade. A maioria das pessoas na colônia não é alfabetizada e a escola aqui dentro está dando essa oportunidade”, destacou.

Franciele Raiane dos Santos, 22 anos, encontrou no universo da poesia e dos livros uma forma de tornar seus dias mais leves enquanto aguarda o julgamento por homicídio. “Aprendi com a literatura que a mente da gente fica solta. Só o corpo está preso por atos que acontecem e que estamos respondendo por eles. Toda ação tem uma reação. A literatura influencia em outras coisas, numa conversa melhor, num novo conhecimento. São coisas que não tiram da gente”, enfatizou.

SARAU – As mulheres que se encontram na Colônia Penal Feminina também se apresentaram no Café com Poesia

Café com Poesia

O projeto existe há 18 anos. Foi lançado em 2006 com a proposta de abrir espaço, mensalmente, para recitais, lançamentos de livros, exposições e bate-papo sobre arte e cultura. Ao longo desse período, o projeto já reuniu jovens talentos e veteranos da arte e da literatura.

Debate sobre legislação e direitos encerra o 1º Fórum Alepe Mulher

ENCERRAMENTO – Debate abordou algumas das barreiras enfrentadas por mulheres no campo jurídico. Foto: Giovanni Costa

Nesta sexta (15), aconteceu o último dia do 1º Fórum Alepe Mulher. Mediadas pela deputada Débora Almeida (PSDB), as palestras de encerramento tiveram como enfoque o tema “Legislação e Direitos”, e foram ministradas por Daniela Mello, advogada e integrante da Comissão de Direito do Trabalho da OAB/PE; Daisy Pereira, desembargadora do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE); e pela delegada Bruna Falcão.

A mesa de trabalhos ainda foi composta pela superintendente de Comunicação Social da Alepe, Helena Alencar, pela chefe de gabinete Fernanda Iara, e pela servidora mais antiga da Casa, Maria do Socorro, que trabalha há 43 anos na Alepe.

Estudantes da Unibra, Faculdade de Ciências Humanas de Olinda (Facho) e da Faculdade de Escada (Faesc) acompanharam o debate no auditório Sérgio Guerra.

Debate

Iniciando o encontro, Daniella Melo abordou os empecilhos colocados nas trajetórias de mulheres, dentro e fora da área do Direito: “A sociedade sempre nos negou o direito de pertencimento, nossas conquistas são muito recentes. São as dores da exclusão estrutural.”

Ela ainda reforçou a importância da presença feminina em locais políticos: “A conquista afetiva do pertencimento não se faz possível sem a representatividade. Devemos olhar para a história, para o local onde a mulher foi colocada constantemente.”

O fórum teve sequência com a participação da desembargadora Daisy Pereira. À frente da Coordenadoria da Mulher do TJPE desde 2016, ela explicou que o grupo funciona como um braço gestor do Poder Judiciário na elaboração de políticas públicas de prevenção e enfrentamento à violência doméstica e familiar.

“Nossos projetos auxiliam as pessoas a conhecerem a Lei Maria da Penha, assim como a se aprimorarem do seu conteúdo e se encorajarem a utilizá-la”, destacou.

Ela citou algumas das iniciativas lançadas pela coordenadoria, como o projeto ‘Mãos Empenhadas Contra a Violência’, realizado junto a profissionais que atuam em salões de beleza, e o projeto ‘Recomeçar’, que promove ações voltadas à reinserção social de mulheres em privação de liberdade e é feito em parceria com o Sebrae.

O último encontro do fórum também contou com as apresentações do Coral Vozes de Pernambuco, formado por servidores da Alepe, e da cantora Cristina Amaral.

Avaliação

Superintendente-geral da Alepe, Isaltino Nascimento celebrou a 1º edição do fórum, destacando o cronograma diverso do evento: “Foi muito positivo ter místicas de abertura e encerramento, feito por mulheres, ter duas palestrantes a cada dia, a presença das universidades e uma divisão de temáticas.”

Ele ainda pontuou o sucesso de divulgação, levando em conta a Casa cheia, todos os dias: “Tivemos também a divulgação externa, o que era a nossa intenção. Fazer com que a Assembleia possa ter esse diálogo com a população e sociedade como um todo é muito importante.”

Por fim, o superintendente compartilhou os planos para o futuro, salientando os aprendizados oriundos da ação: “Certamente ganharemos experiência para o fórum seguinte”, concluiu.

Penúltimo dia do Fórum Alepe Mulher discute o enfrentamento à violência

DIÁLOGO COM AS UNIVERSIDADES – Alunos da Unicap, Faculdade de Ciências Humanas Esuda e Unibra formaram a plateia do penúltimo dia do evento. Fotos: Roberta Guimarães

O penúltimo dia do 1º Fórum Alepe Mulher teve como foco, nesta quinta (14), o debate sobre o ‘Enfrentamento à violência’. Mediadas pelas deputadas Delegada Gleide Ângelo (PSB) e Dani Portela (PSOL), as palestras contaram com a presença de Andréa Rodrigues e Paula Limongi, representando o projeto ‘Banco Vermelho’; além de Cileide Silva, primeira mulher beneficiada com a Lei Maria da Penha, e Lucidalva Nascimento, primeira advogada do Brasil a requerer a lei.

A plateia foi formada por alunos da Unicap, Faculdade de Ciências Humanas Esuda e Unibra, essa última representada na mesa pela professora Taciana Brum. O encontro contou ainda com a apresentação artística da cantora Rafa Magalhães.

FACILITADORAS – As deputadas Gleide Ângelo e Dani Portela comandaram o debate desta quinta

Abrindo o debate, a deputada Gleide Ângelo salientou a importância do evento: “Se não trouxermos pessoas que entendam o problema da violência doméstica, não vamos conseguir resolvê-lo. A nossa luta é por uma sociedade justa e igualitária tanto para mulheres quanto para homens. E precisamos de pessoas que queiram solucionar essas barreiras, e não tenho dúvida de que quem está aqui, quer exatamente isso.”

PALESTRANTES – Andrea Rodrigues e Paula Limongi vieram à Alepe para falar da iniciativa do Banco Vermelho

A primeira palestra do dia foi realizada por Andrea Rodrigues e Paula Limongi, presidente e diretora-executiva do Instituto Banco Vermelho no Brasil, respectivamente. Andrea conheceu a iniciativa na Espanha, logo após o feminicídio da engenheira Patrícia Santos, amiga próxima da ativista. Inspirada pelo movimento, trouxe a ação para o Brasil e segue expandindo suas atividades: “Eles parecem ser um banco como qualquer outro, mas vão muito além. Eles cumprem a função de ser um lugar para sentar, mas mandam você levantar e agir. Temos que fazer barulho, é o nosso levantar que move o poder público.”

DEFENSORA DO DIREITO DAS MULHERES – Lucidalva Nascimento relatou sua experiência pioneira com a Lei Maria da Penha

Ativista do enfrentamento ao racismo e pós-graduada em direitos humanos, Lucidalva Nascimento foi a primeira advogada a requerer a aplicação da Lei Maria da Penha no Brasil, 40 dias após a norma ter sido sancionada, em 2006. “A Lei Maria da Penha salva vidas, previne a violência, protege as mulheres e pune os agressores. Precisamos fortalecer as políticas públicas de prevenção à violência contra as mulheres: nas escolas, na universidade, em todos os lugares”.

DIREITOS GARANTIDOS – Pernambucana, Cileide Silva foi a primeira mulher a ser amparada pela nova legislação da Lei Maria da Penha, em 2006

Primeira vítima a utilizar a Lei Maria da Penha no Brasil, Cileide Silva utilizou a tribuna para fazer um relato pessoal. “Sofri violência doméstica por 20 anos. O agressor tem um perfil: ele o afasta da família e dos amigos, que são as pessoas que podem acolhê-la, controla seu jeito de se vestir, diz que você não precisa arrumar emprego e você termina dependendo dele pra tudo. Ele me batia, e batia nos meus filhos, e eu achava que a culpa era minha. Com a ajuda da minha filha, procurei o Centro das Mulheres do Cabo, que me acolheu e me salvou. Precisamos mostrar aos nossos filhos o que é certo e o que errado para que eles não sejam consumidos por essa doença terrível que é o machismo”.

MOMENTO CULTURAL – A cantora Rafa Magalhães encerrou as atividades do dia com sua apresentação cultural

Realizado no auditório Sérgio Guerra, o fórum continua com extensa programação de palestras e apresentações artísticas até esta sexta (15). Veja aqui as atividades.

Poder Legislativo lança Formação Alepe Antirracista

No contexto de combate ao racismo e promoção da igualdade racial, a Assembleia Legislativa de Pernambuco realiza a Formação Alepe Antirracista, voltada para a Comunidade Alepe. O curso começa em 22 de março e segue até 23 de agosto, com encontros quinzenais, e as inscrições podem ser realizadas com a Elepe, através do ramal 2469, das 8h às 13h, ou pelo link bit.ly/inscricaoantirracista.

A iniciativa visa capacitar e sensibilizar funcionários da instituição sobre questões raciais. Serão abordados desde os fundamentos do antirracismo até a construção de práticas inclusivas no ambiente de trabalho. Confira os módulos:

Módulo 1: Fundamentos do letramento racial e do antirracismo
Módulo 2: Racismo estrutural e suas manifestações
Módulo 3: Desconstruindo o racismo e construindo uma identidade antirracista
Módulo 4: Construindo uma cultura organizacional antirracista e inclusiva
Módulo 5: Monitoramento e Avaliação

Kizomba Antirracista

O lançamento da Formação Alepe Antirracista acontecerá no Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, 21 de março, quando será realizada uma Kizomba Antirracista. Kizomba significa festa ou encontro em Kimbundu, uma língua falada em Angola, simbolizando a união e a força coletiva na luta contra o racismo.

O evento contará com palestras, debates, apresentações musicais e o lançamento do Caderno da 1ª Jornada Antirracista. A Kizomba Antirracista acontece no Auditório Sérgio Guerra, a partir das 14h, e as inscrições podem ser realizadas neste link: www.even3.com.br/kizomba-antirracista.

Programação da Kizomba Antirracista

– Abertura com Nana Sodré e apresentação cultural da Banda Café Preto, às 14h;
– Palestra: “21 de março: reflexões sobre o caminho para a igualdade racial”, com a professora Valdenice José Raimundo (UNICAP);
– Palestra: “A contribuição da cultura afro-brasileira para a formação da identidade nacional”, com o professor Clébio Correia de Araújo (Universidade Estadual de Alagoas);
– Lançamento do Caderno da 1ª Jornada Antirracista, mesa presidida pelo professor Ari Cruz (UFPE);
– Discussão “Caderno Alepe Antirracista, reflexões e significados”, com o professor Edilson Souza (UFPE);
– Apresentação da Formação Alepe Antirracista por Rodrigo Marinho, coordenador pedagógico;
– Apresentação cultural de encerramento com Lepê Correia.

Alepe Antirracista

Tanto a Formação Alepe Antirracista quanto o evento de lançamento Kizomba Antirracista fazem parte da série de ações Alepe Antirracista, projeto iniciado em novembro de 2023 na Assembleia Legislativa de Pernambuco, que tem como objetivo de sensibilizar e capacitar as pessoas que trabalham na casa legislativa sobre a importância de enfrentar o racismo e valorizar a diversidade étnica.

Serviço

Formação Alepe Antirracista
Inscrições: Elepe (ramal 2469), 8h às 13h, ou pelo link bit.ly/inscricaoantirracista
Quando? 22 de março a 23 agosto de 2024, com encontros quinzenais

Kizomba Antirracista
Quando? 21 de março, às 14h
Onde? Alepe | Auditório Sérgio Guerra
Inscrições: www.even3.com.br/kizomba-antirracista

Saúde mental em debate no Fórum Alepe Mulher

AUDITÓRIO CHEIO – No seu terceiro dia, o evento contou com a participação de alunos e professores da Unifafire e FPS. Fotos: Rebeca Alves

Dando sequência às atividades da semana, o 1º Fórum Alepe Mulher trouxe, nesta quarta (13), palestras que destacaram o tema ‘Saúde mental da mulher’. O debate foi mediado pela deputada Simone Santana (PSB) e teve como palestrantes a médica psiquiatra Kátia Petribu, a professora da Unifafire Ana Cristina Fonseca, e a criadora de conteúdo organizacional Gisely Melo. A plateia foi formada por alunos da Unifafire e da Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS), representada na mesa pela coordenadora do curso de Educação Física da instituição, Cristianne Tomasi.

SAÚDE NA PAUTA – A deputada Simone Santana mediou as palestras do evento

A primeira palestra do dia foi da docente Ana Cristina Fonseca, que abordou dois dos principais temas relacionados à saúde mental: a síndrome do Burnout e o gaslighting – tipo de manipulação psicológica na qual o abusador distorce a realidade no intuito de fazer com que a vítima duvide da própria sanidade mental. Segundo a professora, existem três principais pontos causadores e influenciadores desses fenômenos: a sobrecarga, a insegurança financeira e o esgotamento.

TEMAS QUE MERECEM ATENÇÃO – Ana Cristina destacou a síndrome do Burnout e o gaslighting são uns dos principais problemas relacionados à saúde mental da mulher

Ela ainda apontou as consequências da chamada economia do cuidado como um fator estressante das desigualdades vivenciadas pela mulher: “Existe a exigência social de que a mulher, exclusivamente, cuide das crianças e dos idosos da sua família. Cria-se uma sobrecarga, um acúmulo de tarefas, e as mulheres se encontram na posição de vencer mais etapas do que os homens”.

De acordo com a psiquiatra Kátia Petribu, que também é mestre em Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento (UFPE), a cobrança social e as alterações hormonais fazem com que a mulher fique mais suscetível a alterações de humor, ansiedade e à depressão.

“As mulheres podem ter vários tipos de depressão, alguns, inclusive, exclusivos delas, como a depressão pós-parto. Os principais sintomas da doença são o humor deprimido, a perda de interesse ou de prazer pela maioria das coisas, a redução da capacidade de concentração, os sentimentos de culpa ou inutilidade e os pensamentos recorrentes de morte. Quando esses sintomas se apresentam de forma frequente, por no mínimo 15 dias seguidos, identifica-se um quadro de depressão”, disse Petribu.

DE OLHO – Psiquiatra, Kátria Petribu ressaltou que as mulheres devem ficar atentas aos sintomas e aos sinais que os corpos dão

A médica ainda reforçou a importância de hábitos que contribuam para a manutenção da saúde mental, como a realização de exames médicos, o acompanhamento psicológico, a prática de exercícios físicos e o relacionamento com as pessoas.

Criadora de conteúdo voltado à organização, com foco na saúde mental, e autora do livro Procrastina não e do manual Corpo, Mente e Espírito, Gisely Melo relatou experiências de recomeço emocional. “Na pandemia da Covid-19, enfrentei um processo de divórcio e passei a morar só. Entrei na terapia e comecei a organizar uma agenda semanal de atividades, assim como um diário, onde anotava diariamente o que julgava importante ser levado para a terapia. Foi uma evolução lenta, porém consistente”.

DICAS DE ORGANIZAÇÃO – A palestrante Gisely Melo falou da importância de se manter atividades bem definidas para uma rotina mais saudável

Gisely listou algumas das ações que adotou para combater sentimentos de ansiedade. “Passei a reduzir o uso do celular e das redes sociais, a aprender a viver bem sozinha, a praticar exercícios físicos e a me desobrigar de ter que tomar tantas decisões.”

O terceiro dia do Fórum Alepe Mulher ainda contou com a participação da professora Adriana Albuquerque do Ó, que apresentou técnicas de respiração contra a ansiedade, e do grupo de teatro Cenede, da Unifafire, que fez uma esquete sobre o gaslighting.

PERFOMANCE – Apresentação do grupo de teatro da Unifafire no Auditório Sérgio Guerra

Realizado no auditório Sérgio Guerra, o fórum continua com extensa programação de palestras e apresentações artísticas até a próxima sexta (14). Acesse aqui para conferir todas as informações e fazer sua inscrição.

‘Alepe Mulher Saúde’ realiza três mil atendimentos

CASA ABERTA À POPULAÇÃO – A ação movimentou várias áreas e setores da Alepe na última semana. Foto: Nando Chiappetta

O Dia Internacional da Mulher, na última sexta (8), marcou o encerramento de mais uma edição do programa ‘Alepe Mulher Saúde’. A iniciativa, capitaneada pela Assembleia Legislativa, ofereceu ao longo da semana uma série de atendimentos gratuitos para os servidores da Casa e a população em geral.

Com serviços de saúde e cidadania, foram oferecidos centenas de atendimentos exclusivos às mulheres, tendo como ênfase a prevenção, autocuidado e bem-estar. Ao todo, foram totalizados procedimentos entre exames de mamografia e clínicos de mama, tireoide, consultas oftalmológicas e odontológicas.

Na área de cidadania, direitos humanos e do consumidor, as pessoas puderam ser atendidas nos postos montados pelo Detran-PE, Defensoria Pública, Neoenergia, Secretaria de Defesa Social (SDS), Secretaria Estadual da Mulher e o Procon-PE, parceiros da ação.

DESCENTRALIZAÇÃO – Os serviços de atendimento à população integram o ‘Alepe Cuida’, programa itinerante de saúde e bem-estar do Poder Legislativo. Foto: Roberta Guimarães

“O objetivo da Alepe é cuidar da mulher como um todo, não só da parte da saúde, mas também do seu bem-estar. Por isso, tivemos uma série de serviços durante a programação dessa semana”, disse o superintendente de Saúde e Medicina Ocupacional da Alepe, Wildy Ferreira.

Durante a ação, as pessoas tiveram ainda a oportunidade de fazer testagem rápida para o HIV, sífilis e hepatites, vacinação, aferição de pressão arterial e glicemia e ainda usar os serviços ambulatoriais do pé diabético, serviço extra voltado para pacientes com complicações provocadas pelo diabetes.

Presente pela primeira vez no ‘Alepe Mulher Saúde’, a aposentada Shelley Ramos, de 64 anos, falou da necessidade de ter mais espaços de atendimento voltados ao bem-estar da população: “São exames muito importantes, que precisam ser feitos, e são normalmente muito caros. Para pessoas desempregadas, ou aposentadas, é difícil pagar por planos de saúde e consultas isoladas. Então, é uma prestação de serviço importante”, afirmou.

CICLO DE ATIVIDADES – Inteiramente gratuita, a iniciativa marca as comemorações do Mês da Mulher na Alepe. Foto: Roberta Guimarães

Fórum

Com o encerramento do ‘Alepe Mulher Saúde’, a Casa Legislativa vai promover o 1º Fórum Mulher. Agendado para acontecer entre os dias 11 e 15 de março, o evento conta com a realização de palestras e debates sobre as vivências, lutas e os direitos das mulheres. Inscreva-se aqui gratuitamente.

Abertura de fórum destaca importância da mulher na política

PRIMEIRO DIA – A deputada Socorro Pimentel representou a Mesa Diretora da Alepe no evento. Fotos: Nando Chiappetta

A Assembleia Legislativa de Pernambuco deu início, nesta segunda (11), à série de palestras e debates do 1º Fórum Alepe Mulher, mais uma ação inserida na programação de atividades organizadas pela Casa para marcar a passagem do Dia Internacional da Mulher, comemorado mundialmente em 8 de março. As palestras têm como temáticas as vivências, lutas e os direitos das mulheres.

O primeiro dia do fórum, que teve como destaque o tema ‘Mulheres na Política’, foi aberto pela deputada Socorro Pimentel (União), representando a Mesa Diretora da Alepe. A parlamentar falou da importância de debater o tema dentro do âmbito do Legislativo. “É muito importante partilhar informações pertinentes, assuntos que fazem parte do nosso dia a dia, como a desigualdade de gênero, a questão salarial e tudo mais que permeia a realidade da mulher”, afirmou.

HOMENAGEM – As participantes foram agraciadas com uma placa comemorativa do 1º Fórum Mulher Alepe

Prefeita de Canhotinho e esposa do presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto (PSDB), Sandra Paes parabenizou a ação do Poder Legislativo. “Ainda somos minoria na política e estamos sempre lutando para que nossos direitos e espaços sejam respeitados. Então, ações como essa são sempre muito bem-vindas. Parabéns à Alepe por essa iniciativa”.

Representando o Poder Executivo do Estado, a secretária executiva da mulher, Juliana Gouveia, relatou algumas das ações programadas pelo Governo para o mês de março. “Estamos com uma vasta programação, como cursos, seminários e ações em parceira com as Polícias Civil e Militar para fortalecer o enfrentamento à violência contra as mulheres”, disse a gestora.

Deputadas na tribuna

ORDEM DO DIA – Dani Portela destacou a necessidade de debater a desigualdade de gênero na política

Também presente ao encontro, a deputada Dani Portela (PSOL) delineou a presença da mulher no campo político: “Temos que abandonar o que se pensa como papéis delimitados para a mulher e o homem. Infelizmente, a política não foi pensada para ser ocupada por nós, as mulheres incomodam. A luta é árdua, mas iniciativas como este fórum de debate são muito importantes no processo de combate à desigualdade de gênero na política”, ressaltou a parlamentar.

TODAS JUNTAS – Simone Santana destacou a união das deputadas para avançar e vencer as adversidades

A deputada Simone Santana (PSB) realçou a relevância da união das parlamentares diante das adversidades encontradas no meio político: “Somos de diferentes partidos e segmentos, mas nos unimos como mulheres, acima de tudo. Queremos direitos iguais, e não é fácil. O combate à cultura desses preconceitos é constante e diário”.

LUTA – Débora Almeida lembrou que a violência política ainda afasta muitas mulheres dos espaços de poder

A parlamentar Débora Almeida (PSDB) descreveu suas experiências como deputada e mulher, denunciando a realidade não só dela, mas de muitas outras dentro deste cenário: “A gente precisa falar sobre o que é a violência política. Envolve a pressão psicológica, a descrença de suas capacidades, a ridicularização de suas palavras. Devemos dar nome à essa violência, é importante nos posicionarmos”, destacou.

Debate

A primeira palestra do dia foi conduzida pela assistente social, psicanalista e integrante da Rede de Mulheres Negras, Itanacy Oliveira. Ela ressaltou que a mulher tem o direito de estar no lugar que ela quiser, inclusive nos espaços de poder.

REPRESENTATIVIDADE – A primeira palestrante do dia destacou a atuação de entidades da sociedade civil para ampliar a presença de mulheres negras na política

Itanacy relatou o trabalho de organizações da sociedade civil em defesa de uma maior participação das mulheres negras no cenário político. “A pauta da mulher negra é a que mais garante o avanço de direitos sociais: direito à vida, direitos das crianças, dos idosos e também projetos voltados à segurança. Precisamos dar visibilidade às mulheres negras periféricas e esse é o trabalho que é feito pela Rede de Mulheres Negras e pelo projeto ‘Eu Voto em Negra’. Fazemos um trabalho de preparação desse público para o ingresso no processo eleitoral, também oferecendo conhecimento sobre a identidade racial e sobre técnicas de fala. A visibilidade delas dentro dos partidos eleitorais, porém, ainda é um grande desafio”, disse a palestrante.

Segunda conferencista do dia, a cientista política Priscila Lapa apresentou exemplos de países onde há uma maior participação feminina na política e os resultados positivos dessa realidade. “A Islândia é o país com o menor índice de desigualdade na política de acordo com a questão de gênero. Lá, eles investiram em quatro pilares: grande representação política, uma vez que as islandesas ocupam 47,6% dos assentos políticos; lei de igualdade salarial; licença maternidade e paternidade igualitária; e forte subsídio a creches. O país destina 1,7% do seu PIB à educação infantil. Isso significa que as famílias islandesas destinam apenas 5% de sua renda para essa fase da vida dos filhos, enquanto que países como os EUA, por exemplo, investem 19%.”

ENTREGA DE RESULTADOS – Priscila Lapa falou dos ganhos que a política ganha com a atuação das mulheres

A cientista política ainda destacou dados do Instituto Alziras – ONG criada para apoiar as executivas municipais -, informando que as cidades comandadas por mulheres desenvolvem melhores políticas sociais como a construção de mais creches, escolas e postos de saúde. “Os processos de organização, como o da Rede de Mulheres Negras, são muito importantes para o avanço dessas pautas em defesa da mulher”, concluiu Priscila Lapa.

Cultura e arte

APRESENTAÇÃO CULTURAL – O Afoxé Oyá Alaxé fez uma participação especial no primeiro dia do Fórum Alepe Mulher

O dia de abertura do 1º Fórum Alepe Mulher ainda contou com a apresentação do Coral Vozes de Pernambuco, formado por colaboradores do Legislativo estadual, e do Afoxé Oyá Alaxé, grupo de representação da cultura afro-brasileira, fundamentado nos princípios do candomblé nagô, fundado há 20 anos e integrado por mulheres.

Serviço

Ao longo da semana, o fórum terá continuidade com novas palestras e apresentações artísticas. Confira a programação completa e inscreva-se gratuitamente aqui.