Saúde mental em debate no Fórum Alepe Mulher
Dando sequência às atividades da semana, o 1º Fórum Alepe Mulher trouxe, nesta quarta (13), palestras que destacaram o tema ‘Saúde mental da mulher’. O debate foi mediado pela deputada Simone Santana (PSB) e teve como palestrantes a médica psiquiatra Kátia Petribu, a professora da Unifafire Ana Cristina Fonseca, e a criadora de conteúdo organizacional Gisely Melo. A plateia foi formada por alunos da Unifafire e da Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS), representada na mesa pela coordenadora do curso de Educação Física da instituição, Cristianne Tomasi.
A primeira palestra do dia foi da docente Ana Cristina Fonseca, que abordou dois dos principais temas relacionados à saúde mental: a síndrome do Burnout e o gaslighting – tipo de manipulação psicológica na qual o abusador distorce a realidade no intuito de fazer com que a vítima duvide da própria sanidade mental. Segundo a professora, existem três principais pontos causadores e influenciadores desses fenômenos: a sobrecarga, a insegurança financeira e o esgotamento.
Ela ainda apontou as consequências da chamada economia do cuidado como um fator estressante das desigualdades vivenciadas pela mulher: “Existe a exigência social de que a mulher, exclusivamente, cuide das crianças e dos idosos da sua família. Cria-se uma sobrecarga, um acúmulo de tarefas, e as mulheres se encontram na posição de vencer mais etapas do que os homens”.
De acordo com a psiquiatra Kátia Petribu, que também é mestre em Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento (UFPE), a cobrança social e as alterações hormonais fazem com que a mulher fique mais suscetível a alterações de humor, ansiedade e à depressão.
“As mulheres podem ter vários tipos de depressão, alguns, inclusive, exclusivos delas, como a depressão pós-parto. Os principais sintomas da doença são o humor deprimido, a perda de interesse ou de prazer pela maioria das coisas, a redução da capacidade de concentração, os sentimentos de culpa ou inutilidade e os pensamentos recorrentes de morte. Quando esses sintomas se apresentam de forma frequente, por no mínimo 15 dias seguidos, identifica-se um quadro de depressão”, disse Petribu.
A médica ainda reforçou a importância de hábitos que contribuam para a manutenção da saúde mental, como a realização de exames médicos, o acompanhamento psicológico, a prática de exercícios físicos e o relacionamento com as pessoas.
Criadora de conteúdo voltado à organização, com foco na saúde mental, e autora do livro Procrastina não e do manual Corpo, Mente e Espírito, Gisely Melo relatou experiências de recomeço emocional. “Na pandemia da Covid-19, enfrentei um processo de divórcio e passei a morar só. Entrei na terapia e comecei a organizar uma agenda semanal de atividades, assim como um diário, onde anotava diariamente o que julgava importante ser levado para a terapia. Foi uma evolução lenta, porém consistente”.
Gisely listou algumas das ações que adotou para combater sentimentos de ansiedade. “Passei a reduzir o uso do celular e das redes sociais, a aprender a viver bem sozinha, a praticar exercícios físicos e a me desobrigar de ter que tomar tantas decisões.”
O terceiro dia do Fórum Alepe Mulher ainda contou com a participação da professora Adriana Albuquerque do Ó, que apresentou técnicas de respiração contra a ansiedade, e do grupo de teatro Cenede, da Unifafire, que fez uma esquete sobre o gaslighting.
Realizado no auditório Sérgio Guerra, o fórum continua com extensa programação de palestras e apresentações artísticas até a próxima sexta (14). Acesse aqui para conferir todas as informações e fazer sua inscrição.